A escravidão já passou há tanto tempo E você diz que é meu dever de cidadão Me vender para conseguir o meu sustento sinceramente, eu não acho isso não
Os meus direitos esbarraram nos seus título Mas eu também pertenço a essa nação Quem é você para me dizer como eu me sinto? Quem sou eu na tua visão?
Mas olha só Estão tentando outra vez Tenha dó Tantas ordens tantos reis
E minha cor diz se eu sou bandido Sem tempo para explicação Só importa se eu sou bem visto Ou se eu tenho dinheiro na mão
Mas no Brasil não existe racismo Só existe a opinião E mesmo assim, todos os dias é troca de tiro na televisão
Mas olha só Minha pele diz se devo responder "sim" ou "sim senhor" Tenha dó Meu bolso nunca valeu mais do que eu sou
E o meu direito de amar? Onde ficou? E sobre ser livre? O que me restou? Se eu quero andar sem ouvir assobios, ou sem ter temor Se eu não tenho condições para pagar, o que eu faço senhor?
Ser pobre, gay, negro ou mulher, nesse país é sobrevivência Tudo junto então, é muita má sorte ou só condolência Então, se eu não posso reclamar, o que eu devo fazer? Bater continência e me conformar, ah vá se
Mas olha só Eu não vou me calar Tenha dó Vá viver sua vida e pare de me atormentar Vá viver sua vida e pare de me atormentar Vá viver sua vida e pare de me atormentar