Cego, quero a breve luz do sol Sombra me carregue O tempo mede, o espírito me faz pesar
Corpo, boca, pele, ponto fim Algo que nos vele Infinito exato do que cederá
O que nos celebra sem saber E quebra assim o que se saberá? Mesmo que o sólido princípio da matéria seja bela forma Que nos cega, luz estética que prega o fim é nada, nada
Será?
Plana, plena, etérea, eterna, singela Mistério elementar Certa de pavor e adoração Nuvem de concreto que dissipará
Esse eterno vício de sentir na pele o fruto que nos comerá Dentro desse círculo de vozes, faces, símbolos, futuro Seja cura do efêmero princípio Sopro do que rege tudo ou nada, nada