António Zambujo
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Noite Apressada

António Zambujo


Era uma noite apressada
depois de um dia tão lento.
Era uma rosa encarnada
aberta nesse momento.
Era uma boca fechada
sob a mordaça de um lenço.
Era afinal quase nada
e tudo parecia imenso!
Imensa a casa perdida
no meio do vendaval,
imensa a linha da vida
no seu desenho mortal,
imensa na despedida
a certeza do final.

Era uma haste inclinada
sob o capricho do vento.
Era minh´ alma, dobrada,
dentro do teu pensamento.
Era uma igreja assaltada
mas que cheirava a incenso,
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso.
Imensa, a luz proibida
no centro da catedral,
imensa, a voz diluída
além do bem e do mal;
imensa por toda a vida,
uma descrença total.

Composição: David Mourão-ferreira, Frederico Afonso Rodrigues

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