Desde a madrugada, já começam a chegar. Pés e pés descalços, no encalço de um lugar. Vão se aglomerando aguardando começar Esse abençoado e suado caminhar.
Quando a missa finda e a Berlinda deixa a Sé Sai a multidão em procissão a Nazaré. Mal a corda atrela, o sufoco vela o olhar. Mas a fé supera e em tudo impera sem cessar.
Ao te ver do Ver o Peso, explode emoção. No soar dos fogos, todo mundo ergue as mãos. Roga a ti Senhora, nessa hora proteção. E agradece a graça alcançada, em oração.
Segue o cortejo, no ensejo de chegar. Cada homenagem na passagem faz chorar. A corda é sacudida, em viva erguida sobre as mãos. Mas da metade em diante, Quem te puxa avante, Não são mais os braços, E sim o coração.
Da cabeça da corda até a Berlinda, Pelas cinco estações, se estende e não finda. São mãos que se enlaçam, se abraçam, em coro a gritar: NOSSA SENHORA PODE ESPERAR A SUA CORDA VAI CHEGAR.
Não importa a demora, só buscam estar. Atrelados à Santa e a promessa pagar. Pés e rostos sofridos querendo enfim exprimir: NOSSA SENHORA EU CONSEGUI A SUA CORDA ESTÁ AQUI.