Ângela Carlos
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Algo Assim de Lua

Ângela Carlos


Já posso outra vez
encarar teu brilho
aquela paixão
hoje é um rio tranquilo

Vazante do meu sentimento
afluente de pensamento
açude barrento
que a chuva arrasou

E já não é nem mais barrento
já não é ressentimento
apenas um nervo morto
da minha dor

Já posso outra vez frequentar as ruas
beijar outras bocas que não a tua
já posso encarar teu narciso
e te namorar o sorriso
agora com os olhos
nunca o coração

Mentindo que não fiquei cego
apenas pra afagar teu ego
e te desviar das linhas
das minhas mãos

A realidade mais crua
é que as nossas vidas são duas
e que a tua pele
não foi feita pro meu lençol

Consigo enxergar na tua beleza
algo assim de lua
que para brilhar
precisa que se apague o sol

Tentei me anular
juro que não pude
meu eu
está cheio de juventude
saí desse fundo de poço
e te esvaziei dos meus bolsos
tirei da gaveta
da minha ilusão

Mas me tornei a pôr teu retrato
em cima da mesa do quarto
apenas pra fotografar
nossa separação.

Composição: Celso Viáfora

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