Andaluz

Ode

Andaluz


Às vezes imagino vocĂȘ
Em outro lugar
Longe de todo esse mundo
Que nos fez reféns

Eu desço pra comprar o café
Enquanto ainda Ă© escuro
O asfalto molhado do frio
Única lembrança de casa

O que for preciso eu dou a ti
Pra me acabar
Pode até ser um pouquinho de mim
Se vocĂȘ deixar que eu fique o mesmo pouco

Em meio a tormenta uma ode a vocĂȘ
Espero que a tenha
Sei que Ă© sĂł um pouquinho de mim
No meio do que nunca passaram dos poucos

Versos mal rimados da minha cama Ă  tua janela
Um bucolismo urbano que
Gosto de cantar
Enquanto assisto vocĂȘ

As vezes imagino essa sacada
Um kit-net da SĂ©
VocĂȘ acende um cigarro
Enquanto o fogo ilumina seu corpo

Sem fazer perguntas sobre o amanhĂŁ
Eu me esqueço que existo
Num lapso divino
Sou um sĂł com o ar que respiro

Nos dias em que me esqueço quem sou
Sou quem eu quiser
Da realidade surge a ocupação
Que no fundo pouco nos importa

Talvez eu sĂł seja ingĂȘnuo demais
De tĂŁo frio que sou
Uma vĂŁ tentativa desassociar
Toda pequena dor num claro paradoxo

Da racionalidade ao meu despropĂłsito
Eu vejo em tudo um vazio tĂŁo lĂłgico que
Me faz perceber
Eu posso até ser feliz

Se no final nada importa
Pra que ser o que nĂŁo quero?
Se nĂŁo preciso de nada
Por que nĂŁo sorrir com o que me deste?

Na desimportĂąncia de tudo
Encontro a plenitude
De uma sacada da SĂ©
Onde quer que ela esteja

Composição: Rafael Melo

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