Ana Elisa Renault

Sou Todas

Ana Elisa Renault


Te disse com palavras
O que eu não pude, te dizer com alma
Mas fugi, pra longe de mim
Errei, me convenci, de que eu era pouco pra você
De que eu era nada
E nada com nada
De nada adianta

Digo que vou, mas fico
Digo que fico, mas não fico não
Caladas se vão, mortas estão

Eu grito
No peito, tomo uma bala
Não finjo, existo
Grito, resisto
Sou sedenta
Por justiça, por amor

Porque se eu tiver que gritar
Se eu tiver que levantar
Eles vão ter que me engolir
Me aceitar

Sou mulher
Indígena, cabocla
Livre, sou
Sou artista, sou filha
Menina, sou

Sou mulher
Indígena, cabocla
Livre, sou
Sou artista, sou filha
Menina, sou
Sou todas, sou delas
E sem elas nada sou

Sem elas nada sou
Sem elas nada sou

Vão tentar me queimar, mas eu vou ficar
Não vou sucumbir
A vida vou seguir
Vou lutar, vou convencer
E eu vou ficar
Quem eles pensam que são pra nos calar?
Quem eles pensam que são pra nos matar?
Ah, a nossa pele eles não vão tirar não, tá?

Eu grito
No peito, tomo uma bala
Não finjo, existo
Grito, resisto
Sou sedenta
Por justiça, por amor

Porque se eu tiver que gritar
Se eu tiver que levantar
Eles vão ter que me engolir
Me aceitar

Sou mulher
Indígena, cabocla
Livre, sou
Sou artista, sou filha
Menina, sou
Sou todas, sou delas
E sem elas nada sou

Sem elas nada sou
Sem elas nada sou
Sem elas nada sou
Sem elas
Nada

Composição: Ana Elisa de Almeida Renault Maia

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