Agnaldo Timóteo

Volver (tradução)

Agnaldo Timóteo


Retornar


Eu acho que a cintilação

Das luzes que ao longe

Eles estão marcando meu retorno

Eles são os mesmos que iluminaram

Com seus reflexos pálidos

Horas de dor


E embora eu não quisesse o retorno

Ele sempre se volta para o primeiro amor

A velha rua onde o eco dizia

Tua é a vida dele, o teu é o amor dele

Sob o olhar zombeteiro das estrelas

Isso com indiferença

Hoje eles me veem voltar


Retornar

Com a testa murcha

As neves do tempo

Prata minha têmpora

Sentir

Que a vida é um sopro

Que vinte anos não são nada

Como é febril o olhar

Vagando na sombra

Ele te procura e te nomeia

Viver

Com a alma agarrada

Para uma doce memória

Que eu choro de novo


Tenho medo do encontro

Com o passado que retorna

Para enfrentar minha vida

Eu tenho medo das noites

Que povoado de memórias

Acorrentar meu sonho


Mas o viajante que foge

Mais cedo ou mais tarde ele ara de andar

E apesar do esquecimento, que tudo destrói

Eu matei minha velha ilusão

Eu mantenho escondida uma esperança humilde

Essa é toda a fortuna do meu coração

Volver


Yo adivino el parpadeo

De las luces que a lo lejos

Van marcando mi retorno

Son las mismas que alumbraron

Con sus pálidos reflejos

Hondas horas de dolor


Y aunque no quise el regreso

Siempre se vuelve al primer amor

La vieja calle donde el eco dijo

Tuya es su vida, tuyo es su querer

Bajo el burlón mirar de las estrellas

Que con indiferencia

Hoy me ven volver


Volver

Con la frente marchita

Las nieves del tiempo

Platearon mi sien

Sentir

Que es un soplo la vida

Que veinte años no es nada

Que febril la mirada

Errante en la sombra

Te busca y te nombra

Vivir

Con el alma aferrada

A un dulce recuerdo

Que lloro otra vez


Tengo miedo del encuentro

Con el pasado que vuelve

A enfrentarse con mi vida

Tengo miedo de las noches

Que pobladas de recuerdos

Encadenan mi soñar


Pero el viajero que huye

Tarde o temprano detiene su andar

Y aunque el olvido, que todo destruye

Haya matado mi vieja ilusión

Guardo escondida una esperanza humilde

Que es toda la fortuna de mi corazón


Compositor: Alfredo Le Pera / Carlos Gardel

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