Abel & Caim
PĂĄgina inicial > Sertanejo > A > Abel & Caim > Selo de Sangue

Selo de Sangue

Abel & Caim

Coleção Luar do Sertão: Abel e Caim


LĂĄ nos campos de batalha o Pracinha escrevia,
Pra sua noiva contando a saudade que sentia,
Como era examinada todas as cartas que saia,
Mandava boas notĂ­cias, a verdade nĂŁo dizia.

Um dia chegou uma carta e estava escrito Lurdinha,
Eu estou bem de saĂșde e quando ler estas linhas,
Por nĂŁo ter outro presente, junto com esta cartinha,
Tire o selo desta carta e guarde por lembrança minha.

Tirou o selo e por baixo com sangue viu assinado,
Estou sem as duas pernas num hospital internado,
Lurdinha foi na Capela rezar pro seu bem amado,
Pra que Deus mandasse ele, mesmo que fosse aleijado.

E quando a segunda carta a Lurdinha recebeu,
Tirou o selo depressa e com espanto percebeu,
Em baixo nĂŁo tinha nada, rasgou o envelope e leu,
Que num hospital de guerra o seu amado morreu.

Lurdinha ficou doente, pouco tempo mais durou,
Dois selos tĂŁo pequeninos destruiu tĂŁo grande amor,
O primeiro trouxe o sangue com que seu noivo assinou,
E o derradeiro envelope foi a morte que selou.

Composição: José Fortuna

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta mĂșsica

Ouça estaçÔes relacionadas a Abel & Caim no Vagalume.FM

Mais tocadas de Abel & Caim

ESTAÇÕES
ARTISTAS RELACIONADOS