Vi um cidadão ilustre a se desconjurar E na beira de um leal sorriso, viandar Prosando com a ficção, querendo conhecer Sobre todas as coisas da vida real Estava encantado com os ventos de lá E nunca via o tempo me roubar
Vi uma lagarta branca se modificar E se transformar em borboleta Sobre as flores murchas, mortas, sempre adormecer E não mais suas asas entristecer Estava encantado com os ventos de lá E nunca via o tempo me roubar
Eu vi um homem branco mudando de pele E vi dois cérebros decrépitos Subestimaram as velhas negras a chorar Duvidaram de palavras dóceis Estava encantado com os ventos de lá E nunca via o tempo me roubar
Vi os seus corteses a se elegerem Enquanto as pessoas pediam um mundo novo Para se viver em paz pra todo o sempre Nada como um dia após o outro Estava encantado com os ventos de lá E nunca via o tempo me roubar
Estava encantado com os ventos de lá E nunca via o tempo me roubar
E o tempo roubou minha liberdade E o tempo me roubou todo o passado E o tempo me emprestou sua verdade E o tempo todo eu me deixei de lado