Me proibiram de falar de Deus Me censuraram por falar de mim Me ameaçaram pelos olhos teus Que quase a minha vida teve fim Minha memória a mente sufocava Meu coração não tinha serventia E até hoje eles fazem chorar Sendo que agora eu quero alegria De que valeu ser filho de uma santa Se foi a outra que me acalentou A realidade menos morta e bruta E a mentira forte se tornou De que valeu ser filho de granfino Se a pátria toda era inconsolável Me obrigaram a cantar o hino Bebendo á força água impotável Tão intolerável se tornou a vida Tão muito escuro se tornou o dia Tão claridão se fez a agonia Que nada mais nesse mundo se via E a partir de então, não têm mais cores E a partir de então, sem mais amores E a partir de então, não há saída E a partir de então, acaba a vida Porque aqui eu apanhava tudo Ao mesmo tempo eu confessava nada Cansei de ser capacho do governo E de brincar dessa tal palhaçada Hoje eu sei: Sou cidadão honrado Que não perdoa o que foi perdoado E agora o meu peito não mais cala E agora a minha boca sempre fala A porca gorda caminhou á beça A faca usada cortou a cabeça Se abriu a porta com facilidade Se abriu a porta de uma liberdade Não sinto mais o amargo da bebida Talvez seja porque encontrei saída Agora eu sempre acordo calado E tomo rumo pra qualquer pecado Dessa banana, eu quero uma metade Desse senado, a honestidade Do ser feliz, quero a felicidade Pro Brasileiro, exijo a liberdade