Falado Escondida atrás de uma prateleira suja e velha, estava o álbum de fotos que meu avô, enquanto vivo, sempre procurava. Encontrei fotos distorcidas e algumas tão desfocadas a ponto de desfazer o rosto das personagens daquela fotografia. Em sépia, com todo o cuidado do mundo, eu folheava as páginas plásticas daquele álbum que parecia não ter fim sem saber que aquele sim era o álbum da minha vida e todos aqueles desfoques eram pessoas que realmente passaram por aqui neste tempo inteiro Cantado Ontem era Agosto e anoiteceu De desgosto, um jovem morreu tão moço Jovem morreu tão moço Poderia ele estar livre dessa vida Ser atormentado por lembranças da labuta infeliz de cada dia Primavera vem com o vento, que trás junto um pensamento de morte E sempre que vier aqui, vou prender você em meu coração, é sorte Nada decidido sobre onde vou passar o fim de ano Mas eu acredito na batalha do sertão pernambucano Pouca vida, muita morte Muita lida, pouca sorte Muito prédio e poucos são os sagitarianos Ninguém nasceu pra amar Todos nascem pra odiar o amor Mas todos fazem o contrário e marcam no calendário Data pra jurar aquela dor Depois do meu juramento, feito foi o casamento E a morte agora é só chegar e me pegar Me traí comigo mesmo e o pecado desmereço Acho que vou independenciar Meu soldado é infeliz e os meus dedos tem raiz É peculiar a religião Não existe pátria amada nem tão pouco idolatrada Todo mundo segue o caminho que achar melhor Da vida eu não tenho medo Com a morte guardo um segredo E viva o mundo, mesmo sendo o pior E eu espero o tempo pra concórdia me levar para um lugar bem esquecido E eu exijo e quero liberdade pra voar até a barriga e por lá mesmo ter morrido E eu plantei o bem, colhi o mal e sou assim azarado, que pobre coitado E eu comprei um mundo bem vazio só pra mim que é pra eu ficar desacordado