Na cumeeira da serra Ororubá o velho profeta já dizia Uma nova era se abre com duas vibras trançadas Seca e sangue Seca e sangue (1)
Herdeiros do novo milênio Ninguém tem mais dúvidas O sertão vai virar mar Eo mar sim Depois de encharcar as mais estreitas veredas Vivarará sertão
Antôe tinha razão rebanho da fé
A terra é de todos a terra é de ninguém Pisarão na terra dele todos os seus E os documentos dos homens incrédulos Não resistirão a Sua ira
Filhos do caldeirão Herdeiros do fim do mundo Queimai vossa história tão mal contada Ah! Joana Imaginária Permita que o Conselheiro Encoste sua cabeleira No teu colo de oratórios Tua saia de rosários Teu beijo de cera quente
E assim na derradeira lua branca Quando todos os rios virarem leite E as barrancas cuscuz de milho E as estrelas tocadeiras de viola Caírem uma por uma Os soldados do rei D. Sebastião Mostrarão o caminho
(1) Profecia do Pajé Cauã (extraído do livro Lampião Seu Tempo e Seu Reinado, vol. 1, Frederico Bezerra Maciel)