O trem acaba de parar na estação Olha pela janela Tamanha decepção Na sua terra o céu não era cinza Desse jeito não
Enxuga a lágrima Da despedida Embarca novamente dessa vez para Uma nova vida Pega sua bagagem que estava no chão Tudo que tem, leva nas mãos
Seu nome é Maria Como muitas desse mundo Mas algo é diferente Seu coração Bem lá no fundo Uma vontade enorme de vencer Voltar pra sua terra Pra poder então viver
Pois o que passou lá Não considerava vida Trabalhou de sol a sol Em busca apenas de comida Foi quando tomou Essa decisão
Ir pra cidade grande Abandonar seu lar cristão Vencer na vida Era sua ambição
Maria Um coração amargurado E cheio de esperança
Maria Um corpo de mulher Um rosto de criança
Em sua primeira tarefa sentiu muita dificuldade Correria, gritaria, ausência de amizade Estava procurando um lugar para morar E um quarto imundo foi o que pode pagar Pois o dinheiro era pouco Tinha que economizar Sua fome era encoberta pela ansiedade Em seu pequeno quarto No centro da cidade
Maria Pra dormir a noite Não foi fácil não
Maria Pois bem dentro do peito Estava a solidão
No outro dia bem cedo já estava na rua E o tão sonhado emprego conseguiu encontrar Não era o mesmo dos seus sonhos mas já era bom Garçonete no bar Sem ela perceber o tempo foi passando E a chama de jesus começou a esfriar Não foi mais a igreja Não tinha tempo de orar
De repente o dinheiro começou a faltar Seu salário já não dava Pra se sustentar O desespero e a saudade começaram a apertar Mas o orgulho falou mais alto Não queria voltar
Maria Conheceu um novo mundo De maldade e podridão
Maria Começou, a vender o corpo
Maria Apelou, para a prostituição
Maria!
Nas ruas sujas do centro era fácil encontrar Toda pintada e muito louca Andando a rebolar Em busca de uma vítima Para um programa Pensava agora apenas em grana Esqueceu seus pensamentos e suas virtudes Esqueceu também Da sua saúde
Trabalhava de noite Dormia de dia Parecia outra pessoa Já não comia
Maria Um nome bem conhecido no centro da cidade
Maria Um rosto sem esperança, vida sem oportunidade
Começou a pensar em se matar Sua vida não valia nada Queria acabar com o seu sofrimento Acordar todo dia era um tormento Mas de repente uma notícia veio devolver
A sua coragem A sua vontade De viver
Alguma coisa dentro dela havia mudado Ia ser mãe, tinha engravidado No momento em que soube da novidade De muitas coisas Começou a se lembrar Da sua mocidade, do seu velho lar O portão da velha casa ela avistou E como há muito tempo Não fazia Ajoelhou e orou e disse assim
Me perdoe oh deus! Pois não sabia o que fazer Só queria ser alguém Mas agora peço, senhor Cubra-me com o teu sangue Encha de amor O meu coração!
Foi aí que maria decidiu voltar Ela pediu Apenas seu perdão Mas ele sempre nos dá muito mais E antes de sua partida conheceu um rapaz Numa igreja Que foi visitar
Deus, começava a operar Um ano depois sua mãe nem pode acreditar Em quem na velha casa acabara de chegar Era sua filha, mas não estava sozinha Estava com o marido e sua linda filhinha
Maria Estava feliz com seus pais ao lado Maria O nome de jesus era glorificado