Eu sinto aquilo que sentias nos momentos de esforço *******, caricaturas não passavam do esboço O poço ficou-se ***, doces momentos que eu lá passei Com uma fisga lá no mato ou nas cabanas que eu montei Em pedras me sentei O mar eu avistei Para o olho 'tar aberto por experiências eu passei As horas que contei minuto após minuto Corria não me cansava, um gajo ainda era puto Lembro-me daqueles momentos que de guita tava mal A barriga tava bem e era isso o essencial Quando a minha mãe gritava porque me portava mal Perdido e iludido no meu mundo ***** Na escola era bola eu nunca quis ser doutor Já na primária ensinava armadilhas ao professor Para o bem, o amor, para o mal um traquina Nos intervalos com o Eddy sempre a apalpar as meninas E eu hoje abro as cortinas e vejo a bazar amigos O que hoje são picardias ontem foram castigos Eu já passei por perigos, com os meus tropas tanta cena Que mesmo que desiludam, quebrar laços tenho pena Quinzena após quinzena vejo a vida meio surda A morte numa estrela ensinou-me que a vida é curta A vida é muito rápida, sem tempo para agir Pois mesmo que te levantes sabes que cais a seguir
Refrão Quero os teus lábios para cima Quebra a barreira que te fecha o caminho Mostra o sorriso a quem precisa, não vivas sozinho Cultiva aquilo que um dia te vai dar carinho A vida é fácil de viver se tiveres um vizinho Podes achar e viver a vida numa ânsia Manos pensam como tu e saiem de ambulância Podes até fingir, mas lá à frente cais Podes até partir, mas diz para onde vais
Quando eu tinha a tua idade, hoje cresci um bocado Os anos vão-se passando e continúo desvairado No tempo que foi passado era outra brincadeira A derrapar e a saltar até acabar em choradeira Porque a vida é uma lareira que mantém a chama viva Do Zamba para a Madorna era outra perspectiva Zambujeiro, grande terra, vitórias e derrotas Madorna era só gandins mas também tinha lá tropas Tu topas o que eu sentia dividido a meio O vento leva o pensamento e o tempo leva o recreio Só a minha mãe atura à altura do que eu desvaneio Olhado sempre fui mau olhado eu também creio Sou M de Madorna, perfeitura, preconceito Aquela terra que eu não cago e trago no peito No meio da velha guarda só brincava com uma bola A esses agradeço seja nova ou velha escola Porque a vida desenrola o novelo Por vezes coça-te o pelo E o teu destino, tu só tens que fazê-lo E se eu te deixo o apêlo A tua persona faz fita Com regras mais rigorosas que a régua da Dona Zita Porque a vida é uma fachada, mas para quem é fantoche Muitos têm a vida agarrada, mas só faz toca-e-foge Deixa a tristeza veloz Que te baixa a auto-estima Vê um futuro risonho, põe os teus lábios p'ra cima
Refrão
P'ra cima, quebra a barreira que te fecha o caminho Mostra o sorriso a quem precisa, não vivas sozinho Cultiva aquilo que um dia te vai dar carinho A vida é fácil de viver se tiveres um vizinho Podes achar e viver a vida numa ânsia Manos pensam como tu e saiem de ambulância Podes até fingir, mas lá à frente cais Podes até partir, mas diz para onde vais