Mova Mova. Esse Ă© seu lugar. Essa Ă© sua parte na mĂĄquina. Mova. Mova. Mova a falta de esperança. A desilusĂŁo. O olhar em distĂąncia. Mova. Mova. Mova toda a culpa nas veias. A indiferença. Os canais de compras. Mova. Mova. Mais um cafĂ©. Mais outro cigarro. Falta de fĂ© na vida. Um escarro direto no olho. Pilhas de papĂ©is. Nenhum socorro. O peso nos pĂ©s do vazio da alma. Dinheiro dinheiro. Nada te acalma. Viril brasileiro tua pĂĄtria te esfola. Mata suas crianças. Vai te jogar fora. Apagar tuas lembranças. Mova sua nova TV. A comida sem gosto. Sua pilha de contas. Mova. Mova. Mova o sistema falido. A fome nas ruas. O valor esquecido. Mova. Mova. Mova o Estado que escraviza, as leis que te sugam, a polĂcia assassina. Mova. Mova. Mova todo desencanto, o pai, o filho e o espĂrito santo. Mova. Mova. O olhar no espelho nĂŁo encontra ninguĂ©m. NĂŁo sabe quem Ă© ou se foi alguĂ©m. O trabalho consome, o dinheiro nĂŁo basta, o relĂłgio sufoca, a rotina te acaba. VocĂȘ diz que âViver Ă© aprender a pisarâ, que â Sempre foi assim e nunca vai mudar.â EntĂŁo que se foda, nĂŁo pense nos outros, mas nĂŁo espere ajuda ao gritar por socorro. Porque Ă© fato, um dia eles vĂŁo vir por vocĂȘ. Derrubar sua porta. Te caçar a noite. JĂĄ nĂŁo serve mais. VĂŁo vir te mover. xIsadora R.x
Composição: NenĂȘ Altro
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