Deu na rádio hoje à tardinha nas notícias do interior Que na estância Cata-Vento faleceu um domador Pois mais tarde o locutor tirou a limpo o sucedido Quem morreu foi o João da Nóca um ginete conhecido Era o primeiro galope do mal la crina enredada O domador vinha chegando pediu por taura a bolada E ali perto do palanque mais ou menos quatro e meia O diabo lhe amadrinhava e a morte agarrou na orelha (2x)
Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no pepo (2x)
(Alçou a perna num maleva deu um suspiro profundo e largou um gritito debochado, se despedindo do mundo)
Pois mal se afirmou no basto, o pobre do João da Nóca E o potro saiu cavando meteu as mão numa toca Trocou de ponta parceiro se ouviu um estalo de osso E o João da Nóca quietinho tinha quebrado o pescoço No caixão vai suas espora o mango, um pala franjado Também um manojo de crina que ele arrancou do aporreado Agora a radio anuncia a desgraça que assucedeu Repete de hora em hora que o João da Nóca morreu (2x)
Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no Pepo (2x)
(Quem morre na legendária São Borja, passa defronte a antiga casa do Pepo, em direção ao campo santo)