Leão: Mas como é a gente vai saber que chegou? Dorotéia: Eu não sei, mas de alguma forma a gente vai saber. Mamulengo: Tá, mas como é que vai ser?
Dorotéia Se tudo sêsse do jeito que eu queria Se esse Mágico realmente puder me dar Um arco-íris que cruzasse o céu inteiro E tanta poça... eita! Eu nem posso imaginar
Eu já escuto os trovão e relampejo Seguido das risadas de quem foi, voltá E esse sertão que é só poeira, langanhento Até nos zóio água ia transbordá
Todos Se molhasse, se lavasse Se meu Deus furasse o ventre desse céu E pingasse tanta vida Até guarda-chuva ia virar chapéu
Cabra-De-Lata: Bem, já que a cabinha já disse que usará do seu pedido para satisfazer a população, eu vou me dar ao luxo de ser um tiquinho mais egoísta, visse? Dorotéia: Como é? Cabra-De-Lata: Eu usarei do meu coração para fins um pouco menos necessários.
Depois de tudo, se tudo der mesmo certo Eu vou correndo a tanajura balançar Chorar agora só em caso de taboca Só vou querer, só vou pensar em namorar
Dorotéia: Todo mundo merece um amor!
Todos Se pulsasse, se batesse Aqui no meu peito um compasso só Se eu pudesse, se eu amasse Juntaria as juntas com xodó
Leão: Ai, gente, mas vocês são realmente muito empolgado? Olha, eu não tenho coragem nem pra dizer o que faria se tivesse a dita cuja. Dorotéia: Ah, não, pode desembuchar, seu Leão! Cabra-De-Lata: Deixe de ser tabaréu, rapaz... Leão: Oxente, eu realmente não sei... Dorotéia: Ande, macho!
Leão Se a coragem sonhada me fosse dada Só vejo um jeito que seria governar Assim a fera continua pendurada E todos acham que está a trabalhar
Mamulengo: Que feiúra, seu Leão, escute...
Se eu pensasse, se eu tivesse Miolos pra lhe dar uma lição Saberia com que rima Eu terminaria esse refrão...
Dorotéia: Um chuvão! Cabra-De-Lata: Coração! Leão: Um colchão! É... quer dizer, determinação! Mamulengo: E eu, o maior mamulengo da região!
Todos Se eu ganhasse, se me dessem Tudo aquilo que sonho tanto ter Tinha tudo e mais um tanto Pois agora junto já tem você