Reza a Lenda
Anciã (Cirandeiros)
Hey!
Reza a lenda que rezar
não adianta se não crer
Anciã: Vocês vão ficar só olhando?
Anciã (Cirandeiros)
(Reza a lenda que rezar
não adianta se não crer)
Reza a lenda que rezar
não adianta se não crer
(Reza a lenda que rezar
não adianta se não crer)
Eu vou contar, falar, cantar
Mas acho bom antes dizer
(Eu vou contar, falar, cantar
Mas acho bom antes dizer:)
Anciã
Fica bem vindo, seja à vontade
E chega de existir, pois aqui só vale ser
Cirandeiros
Pra receber essa história
E descobrir o que acontece
É preciso estar disposto
E aceitar o que ela oferece
Anciã
Pois o Sol nasce pra todos
E a Lua pra quem merece
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Cirandeiro: Era uma vez
Cirandeiro: Não, eram duas!
Cirandeiro: Não, não, eram três!
Cirandeiro: Não, era uma vez
Cirandeiro: Não, eram duas!
Cirandeiro: Eram três!
Anciã
Chega de conflitos
Contem logo de uma vez!
Cirandeiro: Ih... Conflito é o que mais vai ter!
Anciã: Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha!
Cirandeiros
Na primeira vez, um lugar: Terrarrosa!
Província pequenina bem no sul da Espanha
Mas seu povo descontente, buscando um novo lar
Tormentas, tempestades se coloca a enfrentar
Prontos pro destino, pra uma nova vida
A primeira vez, portanto, era uma despedida
Navegadores
Vem chegando, vem
Vem chegando um povo
Vem cheio de esperança
E traz de um sonho novo
Cansado de assistir o mar pelas janelas
Com sede de futuro em suas caravelas
Cirandeiro
E então era, ao mesmo tempo em que deixava de ser
Era rimando a remar pelo oceano
Era viver da aventura que o vento ia contando
Navegadores
Terrarrosa, adeus!
Sentirei muita saudade da sua primavera
Mas agora eu me vou e me vou com Deus
Atrás da minha história
Não alcança quem espera
Navegador: Terra à vista!
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Navegador: Lancem a âncora!
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Navegador: Entrem nos botes, peguem os remos
Navegadores
Remaram para a praia
Cada homem, um colono
Mas ao passar dez dias
Nativos
Essa terra já tem dono
Cirandeiro: Agora era uma terra, perdida no encontro das águas quentes com as frias E que apesar de ficar ao sul, já havia sido batizada "Porto Leste" por um povo que chegou antes e ali fincou sua bandeira azul celeste!
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Nativo: Quem são vocês? O que querem aqui?
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Nativo: Voltem para o lugar de onde vieram
Cirandeiros
Um choque de dois mundos
Dois povos diferentes
Colocando panos quentes
Mas se armando até os dentes
Navegador: Nós não queremos machucar ninguém
Nativo: Saiam da nossa terra!
Cirandeiros
Se a primeira vez foi uma mera despedida
A segunda vez era o nascer de uma ferida
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Navegador: Queremos falar com o superior
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Navegador: Vocês tem um líder?
Nativos
No nosso povo a gente é igual, não tem cacique
E também não quer palpite ou presente de europeu
Não tem conversa, a terra é nossa
Mão é vossa e ninguém aqui tem culpa
Se seu barco se perdeu
Navegadores
O nosso povo não quer guerra
Só deixou a própria terra
Procurando um novo lar querendo o bem
E, me desculpe, mas entramos por um lado
Que não era habitado e nem cuidado por ninguém
Nativos
Pouco importa o lado por onde entrou
Pouco importa o motivo porque veio
Navegadores
A terra é grande
E seu povo é pequeno
Sua mãe não te ensinou?
Ser egoísta é muito feio
Cirandeiro: Ih! Botou a mãe no meio
Nativos
Fique sabendo, cada um aqui é bando
E quando todo mundo junta, todos nós viramos um
Navegadores
Do nosso lado, cada um, mesmo sozinho, vale o dobro
E não tem medo de enfrentar bando nenhum
Ninguém de nós vai mexer um dedo
Escutem bem e preste atenção
Essa terra por nós foi encontrada
E por nós será habitada
Então guardem sua marra
Que eu não gasto munição
Nativos
Saiba bem o chão que está pisando
Te ofereço um conselho de "amigo"
Você nem conhece a terra
E já vem querendo guerra
Logo aqui no território do inimigo?
Cirandeiro: Que perigo!
Cirandeiros
O ínicio de uma nova era cheia de rancor
Um lado egoísta e o outro, invasor
Decidiu-se então que a terra seria repartida
A terceira vez, por fim, era uma terra dividida
Cirandeiro
A terceira vez era e ainda é: uma nova era!
Um lado usa rosa e outro lado usa azul
Uma linha riscada no chão evita a guerra
E separa os dois povos até que um deles se renda
Assim reza a lenda!
Cirandeiros
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Uma despedida
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Uma ferida
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
Uma terra dividida
Ê, A, Ê
Reza a Lenda
Ê, A, Ê
Reza a Lenda
Ê, A, Ê
Ê, A, Ê, Ê, A, Ê, O, Ê
(Ê, A, Ê, O, Ê)
Anciã
Hey!
Composição: Vitor Rocha; Elton Towersey;