Folclore, cultura, postura popular Pra manifestar o cerebelo, pra pular Pedra, inha; planta, cana; água, pi Naquela árvore não pousa jacuí Só ara poia aca, Arapiraca Beirando o moeru-gui-i, Maragogi Pousam periquitos, voam mosquitos Nos cílios do Igaci Cururugi vai chegar, é só seguir o Roteiro Dom Pero Fernandes achava-se perdido Em terras da tribo, mero estrangeiro Programa de índio, um pedaço do peito Um pedaço do braço eu aceito Preso e cercado como um peixe no igarapé Tudo bom, Dom? Eu sou caeté LÍNGUA GERAL, ARTE REAL DA CORTE AO CORTE ARTERIAL LÍNGUA GERAL, ARTERIAL DA CORTE AO CORTE, ARTE REAL Pode começar a rezar Diante do jaciobá Livrai-nos do mal, saravá O pai vosso não vai salvar Salve, selva, salto, solto, saiba sabiá Urupê, traipu, sucuri, uruçu, maracajá, tracajá Pra temperar, jurema e urucu Urupema açu pra peneirar Quero o Quebrangulo reunido O jantar vai ser servido É hora de atacar LÍNGUA GERAL, ARTE REAL DA CORTE AO CORTE ARTERIAL LÍNGUA GERAL, ARTERIAL DA CORTE AO CORTE, ARTE REAL Iguaria sem igual, português com sotaque afro-indígena No Brasil, língua geral, dialeto mascavo, miscigena
Língua geral, assim os colonizadores batizaram a língua que era falada pelos nativos quando aqui aportaram. A maior parte dos indígenas no litoral brasileiro falava o tupi, mas com algumas variações de tribo para tribo à medida que elas geograficamente iam se afastando, chegando a ter vários dialetos e línguas tribais diferentes. Mas o colonizador chamou toda aquela salada linguística de língua geral. Esta letra, além de citar o fatídico episódio da deglutição do bispo Dom Pero Fernandes Sardinha pelos caetés, tenta resgatar algumas expressões desses dialetos misturando-as com a língua portuguesa, trazendo à artéria de nossa linguagem a realeza de nossa arte miscigenada.