As aparências Quase sempre me enganam Porque tudo ao meu redor são espelhos Em que me vejo um “Eu-só”...
E a mesma imagem me pertence Cem mil vezes Me conheço e me reconheço Completamente um “Eu-só”…
Narciso, Narciso meu me responda: Se todo espelho é como eu E quem não se olhou e se perdeu? Narciso, narciso meu me responda: Nessa miragem que se chama “eu” Quem não se reconhece o próprio Deus?
E em cada face eu me disfarço Personagem nessa trama Em que só se encena A vida tensa de um “Eu-só”...
Não há defeitos, nenhum suspeito Não há outros, nem tão poucos Nem mais perfeitos, nem mais inteiros Que o “Eu-só”…
Narciso, Narciso meu me responda: Se todo espelho é como eu E quem não se olhou e se perdeu? Narciso, narciso meu me responda: Nessa miragem que se chama “eu” Quem não se reconhece o próprio Deus?
Estou completo, estou deserto Estou certo que tudo é fácil Quando atravesso O universo do “Eu-só”...
Nessa procura eu vejo tudo E tudo é ego, E tudo é frágil, E tudo é cego Perto dos olhos do "Eu-só"...
Narciso, Narciso meu me responda: Se todo espelho é como eu E quem não se olhou e se perdeu? Narciso, narciso meu me responda: Nessa miragem chamada “eu” Quem não se reconhece seu próprio Deus?
Espelho eu... ego fácil Espelho eu... sexo frágil Espelho eu... Se for ócio Espelho eu... ortodoxo.