O som do vento minuano
Uivando na madrugada
Um estouro de boiada
Correndo sem direção
O quero-quero campeiro
Vigia das invernadas
No inverno o véu da geada
Branqueando todo o rincão.

Velha cordeona que chora
Nesses bailes de campanha
A peonada que se assanha
Ao pontear do contrabaixo
Lindo potro corcoveando
Sem destino campo afora
A bota, o brilho da espora
O chapéu e o barbicacho.

Vertente de água pura
Rasgando leitos na terra
O manancial e a serra
Pra irrigar a plantação
A bomba de ouro e prata
O chimarrão que vicia
Velha cambona que chia
Por sobre o fogo de chão.

A gadaria à vontade
Povoando o verde da terra
O sol se pondo na serra
Entre o chão e céu azul
A geração de uma raça
Conhecida pela estampa
Centauro nato do pampa
E as fortalezas do sul.