Vanessa Paradis

Emmenez-moi (tradução)

Vanessa Paradis


Leve-me



Em direção às docas, onde o peso e o tédio

me curvam as costas

Eles chegam, pesados de frutas,

os navios


Eles vêm do fim do mundo,

trazendo com eles idéias nômades

Nos reflexos do céu azul, miragens

Atrás de si, uma fragrância apimentada

de países desconhecidos

e eternos verões

Lugares onde se vive quase nu

pelas praias


Eu que, em toda minha vida,

não conheci mais do que o céu nórdico

Quero lavar esse cinza,

mudando de rumo


Leve-me até os confins da terra

Leve-me ao país das maravilhas

Me parece que a pobreza

Seria menos dolorosa quando se está sob o sol


Nos bares, ao cair da tarde,

com os marinheiros

Quando falamos de amor, de garotas,

um copo na mão


Perco a noção das coisas

e de repente meus pensamentos me levam até

um verão maravilhoso

Onde vejo, braços servis, o amor que,

como louco, corre diante de mim

E enlaço meu sonho,

com os braços em volta do pescoço


Quando o bar fecha,

Quando os marinheiros se unem, de volta ao seu rumo

Eu permaneço sonhando, até de manhã

De prontidão no cais


Leve-me até os confins da terra

Leve-me ao país das maravilhas

Me parece que a pobreza

Seria menos dolorosa quando se está sob o sol


Algum belo dia, num raffiot (tipo de embarcação)

fissurado, do casco à cabine de comando

Para partir trabalharei nos depósitos de carvão


Tomando o caminho que me levará

aos meus sonhos de criança

A ilhas distantes onde nada mais importa

além de viver

Onde garotas esguias são um deleite ao coração,

me disseram, com seus colares de tramas de flores,

inebriantes


Eu fugiria, deixando meu passado

Sem nenhum remorso,

Sem bagagem e de coração livre

Cantando bem alto


Leve-me até os confins da terra

Leve-me ao país das maravilhas

Me parece que a pobreza

Seria menos dolorosa quando se está sob o sol


Leve-me até os confins da terra

Leve-me ao país das maravilhas

Me parece que a pobreza

Seria menos dolorosa quando se está sob o sol







Emmenez-moi


Vers les docks où le poids et l'ennui

Me courbent le dos

Ils arrivent le ventre alourdi

De fruits les bateaux


Ils viennent du bout du monde

Apportant avec eux

Des idées vagabondes

Aux reflets de ciels bleus

De mirages


Traînant un parfum poivré

De pays inconnus

Et d'éternels étés

Où l'on vit presque nus

Sur les plages


Moi qui n'ai connu toute ma vie

Que le ciel du nord

J'aimerais débarbouiller ce gris

En virant de bord


Emmenez-moi au bout de la terre

Emmenez-moi au pays des merveilles

Il me semble que la misère

Serait moins pénible au soleil


Dans les bars à la tombée du jour

Avec les marins

Quand on parle de filles et d'amour

Un verre à la main


Je perds la notion des choses

Et soudain ma pensée

M'enlève et me dépose

Un merveilleux été

Sur la grève


Où je vois tendant les bras

L'amour qui comme un fou

Court au devant de moi

Et je me pends au cou

De mon rêve


Quand les bars ferment, que les marins

Rejoignent leur bord

Moi je rêve encore jusqu'au matin

Debout sur le port


Emmenez-moi au bout de la terre

Emmenez-moi au pays des merveilles

Il me semble que la misère

Serait moins pénible au soleil


Un beau jour sur un rafiot craquant

De la coque au pont

Pour partir je travaillerais dans

La soute à charbon


Prenant la route qui mène

A mes rêves d'enfant

Sur des îles lointaines

Où rien n'est important

Que de vivre


Où les filles alanguies

Vous ravissent le cœur

En tressant m'a t'on dit

De ces colliers de fleurs

Qui enivrent


Je fuirais laissant là mon passé

Sans aucun remords

Sans bagage et le cœur libéré

En chantant très fort


Emmenez-moi au bout de la terre

Emmenez-moi au pays des merveilles

Il me semble que la misère

Serait moins pénible au soleil


Compositor: Georges Garvarentz

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