Direto vejo vários urubus Rodeando em volta de mim Esperando a carcaça, Pelo menos assim eles sentem falta de mim
É a farsa, o pasto tá verde, Vou na sede e só encontro capim Sem rede, sem água de coco, enfim, Acostuma que a vida é assim
Fecho em vários corres certos E não acho um pra me notar Mas se eu fecho num errado Eu vejo vários pra cobrar
Vários chegam pra falar Poucos pra somar, fato Os bico sujo das esquinas São as fofoqueiras do bairro
Eles não entendem, que eu to correndo Que eu to trampando, não tô parado Naquela mente, não vê crescendo Vagabundando, sempre drogado
"se só pensa nessa merda de rap" Vem me dizendo E a porra da faculdade Eu nem sei o que tá me fazendo
18 Morando sozinho Trampando e pagando conta 20 Anos na mão do destino E esse puto ainda me apronta
Não vou trampar minha vida inteira Vendo o sistema tomar Os documentos que eu preciso É a rua que vai me dar.
Eu não preciso de vocês...
Sinto tudo ao meu redor E me caminho ao pódio O cheiro de pólvora na mente É consequência do meu ódio
É tudo óbvio, O mundo faz tanto sentido agora Quanto a mãe que quer um filho Ou um pai que vai embora
Aquela mesma história brasileira, só Simplória maneira, dó História rotineira, pó O que nos resta é o pó
Baile e banquete de moda A traje fino de gala E baila nesse desfeche De roda parasitaria
As maneiras são várias As histórias são hilárias As defesas primárias As quais defendem as contrárias Histórias de pescador Foi assim mesmo que ficou Porque ninguém se importou Tem diploma de doutor Deixa essas coisas secundárias
Eles vivem reclamando Que nessa vida não têm nada Quando perdem de verdade Aí reclamam que perderam tudo
Peço a deus todos os dias Por essa raça castigada Ou já aproveita e também de uma vez Acaba com esse mundo