(Refrão) Do you understand me? eu estendo Eu estendo, eu estendo, eu estendo
Estendo minhas roupas no varal E observo ao redor e me sinto mais um, igual Alfabetizado no sistema de ensino Onde em vez de evoluir eu paro, declino
Filho mais velho de mãe solteira E se eu estou vivo até aqui é porque sei jogar capoeira Ginguei bastante e sigo em pé Nem vem com esse papo de que não é de Deus a minha fé
Já é... subi a escada E todo dia que voltava de madrugada Pensava "meu Deus o que será de mim, pai Ouvia uma voz que me dizia: "confia em mim, vai! "
(Refrão)
Estendo minhas ideias pelo ar Pedindo a oxalá no banho pra yemanjá Que, pá. Posso conquistar o que quero Basta ter ideias na cabeça e palavras no meu caderno
Virei cantor e sei dançar E quando embalo ao som do groove faço nega delirar Mas já perdi as contas Quantos sapos engoli e quantas afrontas
Vivi, e sigo aqui No embalo do groove cênico por um universo que não desisti Aí... Me ouve aqui, please Se hoje não ando armado foi por um triz
Feliz... Por ver minha filha crescer Saber que o que cresci vendo ela nunca vai ver É o que espero... Que assim seja Porque ver a filha vendo a fome qual é o pai que deseja?
(refrão)
Estendo os sonhos na retina E olho pra frente com o meu olhar que brilha Fazendo rima em fruição Fluindo minhas ideias em forma de canção
Embalo o mundo e faço dançar É tão bom ver essa galera balançar Mas já deixei meu recado tão bem Please, I don't spik English, nenem
Man... Não insista. Com "made in" ninguém me carimba Gosto de Cassius Clay mas eu prefiro mestre Bimba Amo Luther King mas Conselheiro tem mais tarimba Olha só, ao redor... O povo precisa de um cuidado melhor
E o sol não brilha pra todo mundo igual Quer que eu aprenda inglês pra copa ou pro carnaval Mas a saúde publica e educação vão tão mal, por favor Será que é difícil entender Que "with love" não é "com amor? " Cadê o amor?
(refrão)
Estendo minhas lágrimas no rosto, com desgosto Pegando o microfone e assumindo o posto, sem encosto Alertando que devemos entender nossa história Enquanto dançamos e gingamos há quem ora, por melhora
Tem gente lutando enquanto um bando se escora, não vê Você na gula, barriga cheia vendo outro sem comer Cadê a lição do sermão da montanha? Na hora de pedir o dízimo todo mundo se assanha
Ganha, quem ganha mais, chamando exu de satanás Por guerra ou paz, querendo mais, e quem leva e traz Hermes? Mercúrio? Ou outro nome, rapaz? Sei lá! Deixa pra lá. Esquece o que eu disse e vamos voltar a dançar
É Shakespeare com Patativa, poesia viva As palavras de Gandhi na boca da mãe de santo viva E salve a cultura alternativa do povo Não precisa destruir o velho pra vir o novo E que venha o novo