O cenário é o filme onde o leão devora o antílope Miséria é síndrome, mas não pra burguesia míope Regula os Mic, que pra rimar tem que ter pique Tem que ter pulso forte pra que a mente não de tilt
Um disco triste, tocado não na technics Mas na agulha do coração de rabiscos, sulfite Aumenta escuta os bipe na Uti do Hmib Se pergunta pra onde vai os 3 do Pib
Quem dera fora minha vida como as outras Cresci curtindo rap enquanto cê curtia Mozart No país de todas onde algumas bebem água salobra E já embalou seus netos antes da idade da loba
Quase sempre sopa mata a fome da família toda Criança com dor de ouvido e só tem dipirona em gotas Ventilador só com uma hélice abana No calor de 37 graus de baixo da choupana
Eu canto o drama dessas almas, se não gostou não aplauda Mas não toco flauta pras Cobra-Naja ficar em alta
No país de todas as crises avulso desigualdade de várias matrizes O valor dos barracos ou da grande marquises Não há classe que abençoe ou desumanize Salve o país de todo esse verde!
Isso é missão de fel, questão de honra é Pra quem quiser ou só pra quem sonha Por que vários Josés sentem afronta E se isso não for pessoal libera balcão e não sombra feliz
Quem não se perde onde a pátria mãe gentil Engole o choro e prova o gosto do és tu entre outras mil Envolto em cinza fosco azul do céu é outro Inspira o ar rarefeito desse arco-íris sem pote de ouro
Cansados, de mãos dormentes, calejado, asfalto quente Dos filhos nem pátria e nem mãe, é prova que o hino mente Agora pergunta ao presidente que gosto a gente sente Essa Nutella da mesa do boy não foi feita pra nós sendo assim incontente
Vem cartão natalino, panetone ilude os menino Cesta-básica, foto em comício abraçando os neguinho vê de longe tá lindo Sentimento sem clima de litoral, tão frio quanto Julho na capital Recicla meu humor me põe a dispor mas aqui, tá nada legal
No país de todas as crises avulso desigualdade de várias matrizes O valor dos barraco ou da grande marquises Não há classe que abençoe ou desumanize Salve o país de todo esse verde!
Lavando a louça no restaurante que serve lagosta Sabendo que em casa a carne seca cria mosca O leite coalha, mas pra patão tem que passar toalha Ouvindo tropicália, morfina pra quem trabalha
Mas o martírio, não foi ter que escovar tapete sírio Ser mãe foi seu primeiro oficio sempre é mais difícil Pra quem sonha com café com leite ou com Bolonha Se a cegonha teve seus motivos então me exponha
A cruz de malta, dizimam milhares de almas Mas pra que Tribo se tem catequese, tem sala de aula Pra mídia modelo pode até ser índia Pra estampar o calendário em carso se for não brinca
Quem te explore, pra obter fazenda e gado nelore E mesmo sendo daltônico é o quadro que a Tv colore Froid O rap é cultura pra algum tabloide Já boy com celular android ouvindo Pink Floyd
Cê num explica, as pouca espigas pra uma canjica E as cantiga ao tremular da lamparina antiga Hoje isso é tudo: sardinha miojo e um cup noodles Vai no google e vê como as madame alimenta os poodles
No país de todas as crises avulso desigualdade de várias matrizes O valor dos barraco ou da grande marquises Não há classe que abençoe ou desumanize Salve o país de todo esse verde!