O Anjo Um anjo bastardo em busca dos pais Voando Ă toa por milhas astrais Correu solitário cada costa do espaço Comparou virtudes, defeitos e traços Mas os pais nĂŁo estavam No cĂ©u ou inferno Veio o frio descendo As encostas do inverno Cansado, com as asas exaustas A ave divina desceu para a Terra Alongou-se nas colinas Quis ser mortal,homem novamente Imbecil criatura, verminosa e demente Viajou por muitos portos Tortos e indefinidos... Jamaica, Minas, Haxixe Podem logo ficar tristes Para um anjo que perdeu os pais Anjo Ă toa como vagas, Teu destino te abobalha, Dando pinta de otário a ti Bons ventos molha a chuva E Ă© bom ir prá casa. Que tal retornar a usar tuas asas ? Anjo bastardo em busca dos pais Insiste em usar os seus pĂ©s, mais e mais... Depois de espancado e alvejado na guerra Viu o terrĂvel mal que Ă© a Terra Passou as horas no fim de cada vida. Há um anjo na Terra, aviões na partida Foi no acaso, comum aos homens que voam No lisĂ©rgico mundo proutros mundos Ă toa, Que o louco descobriu na terrena algazarra Entre mares de whisky os pais que procurava Ratos mesquinhos,produtos da Terra, Inquilinos comuns dessa vida. Chorou lágrimas,lágrimas tĂŁo santas Prantos de uma alma aflita Enxugou as asas santas E no mais conciso dos cantos Voou em busca de outros pais Essa histĂłria se repete mais e vai... Há milĂŞnios que esse anjo nĂŁo tem pai,nem paz Paz,paz,paz...Paz,paz,paz...
Composição: Paulo Rossglow
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