Uma rima, aquela, aquarela
Pintava minha vila, do dia a mais bela
Agora eu vejo, percebo que era
Do sorriso a dona mais bela
Mas nem ela mudava o contraste
As rua de terra era o meu parque
Ouvia os beat sentia o compasso
Não soube dançar, mas tinha espaço

Mas eu sempre vi os passos de
Mosquito e ouvi vivenci
A evidência é que o poema tá na essência
E meu povo sofre na carência
Quem sabe é a ausência
Daquela forma de pronúncia
De denúncia
Aquela forma de renúncia
De empunhar a letra
Como escopeta
É preciso ouvir tarja preta

"gangsta viu"
Evi, thmc a tag é assim o flow avisa
Microfone arma na mão
Liberdade de expressão
Consciente onde for pisar
Negro, branco pobre talvez
Não tenhamos vez
Nesse mundo sem leis
O sistema oprime
Os menino diz que é o crime
Muita coisa mudou os fardado ainda agride
Humilhação sempre vi, espancamento sempre vi
Artista local sem valor por aqui
Peri, periferi, falou falou
Me fere eu firo
Meu som é um tiro
Do mocó mal acabado procuro meu sorriso
As ruas são de terra e nela eu briso
Ela é linda sofrida, é mel é féu é foda
difícil de tocar, não é moda incomoda
Atira admira odeia e ama
Ela me chama e eu vou abraçar

"gangsta viu"