Teixeirinha
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Valentão de Sorte

Teixeirinha


Eu nasci no mês de março
Dia três assinalado
A minha mãe sempre disse
Este menino é virado
Ele quando ficar homem
Vai ser mesmo endiabrado
Dá trabalho pra polícia
E no facão ser respeitado.

Quando eu fiz quinze anos
Já andava bem armado
Uma adaga na cintura
Um revólver em cada lado
Chegava em porta de baile
Se não era bem tratado
Já botava a porta embaixo
Fazia fogo cerrado
Pra dentro entrava a cavalo
Chapéu pra trás atirado
Dava um tiro no lampião
Era caco pra todo o lado
O povo todo corria
O baile estava terminado.

Uma vez cheguei num baile
Lá deu grande confusão
Eu dançava com a morena
Mais bonita do salão
No outro canto da sala
Tinha quatro valentão
Secando a minha chinoca
Com mágoa no coração.

Um deles me pediu o par
A moça disse que não
Os quatro já se chegaram
Todos de combinação
A morena me olhou
Me pedindo salvação
Arranquei da minha adaga
Os quatro rolou no chão
A morena me abraçou
Chorando de emoção
Por uma moça bonita
Quem não briga é covardão
Vista saia e põe vestido
E deixe de ser homem então.

Quando eu entro numa festa
Eu chego arrastando a espora
Eu também corro carreira
Parceiro nenhum me explora
Gasto dinheiro a vontade
Com as moças que me namora
Se homem invocar comigo
Já tem briga sem demora.

Eu tenho brigado tanto
Medo comigo não mora
Só nunca matei ninguém
Dou de prancha em quem me escora
Me deram quinhentos tiros
Nas brigas até agora
E mais de dez mil facadas
Tirei o meu corpo fora
Todo mundo me pergunta
Porque não sou caipora
Não tenho marca no corpo
E vou responder na hora
É que eu sou afilhado
Da Virgem Nossa Senhora.

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