Quanta saudade de um berrante repicando Amadrinhando uma boiada no estradão Ver a poeira formar nuvens no espaço Sentir cansaço do troteio de um pagão
Sentir o gosto da comida boiadeira A costumeira carne seca no feijão Levar a vida sem paredes, sem telhado Tocando o gado nas estradas do sertão
Ei, ei boi! Toque o berrante boiadeiro Ei boi!
Na despedida uma cabocla na janela Coisa tão bela igual a flor do amanhecer Lá bem distante conversar com a saudade Sentir vontade de voltar para lhe ver
Tingir a roupa com poeira da estrada Lá na pousada ouvir o gado remoer Armar a rede nos esteios do galpão Na escuridão se balançando adormecer
Ei, ei boi! Toque o berrante boiadeiro Ei boi!
Fui boiadeiro por gostar da profissão O estradão foi o meu mundo colorido Cada viagem uma história pra contar A cavalgar pelos rincões desconhecidos
Sem comitiva, sem berrante, sem boiada Por outra estrada solitário agora eu sigo Não sei aonde colocar tanta saudade Felicidade já não vive mais comigo