Moço ando muito aperriado eu sou um pobre coitado Lá do Sertão Nordestino Moço, tudo que eu tinha se foi Uma vaca, um bezerro e um boi E logo depois a mulher e o menino Moço eu tinha de quase tudo era um terreno miúdo Bem pertinho da ribeira Moço, mas uma seca danada me deixou quase se nada Não tive nem como fazer minha feira Moço, com fome ali dentro do mato Tive que vender barato Meu pedacinho de chão Moço, pois só deu para comer Disse, o que vou fazer Rezei pro Senhor e veio a solução Moço, fui trabalhar de vaqueiro Nem tanto pelo dinheiro Por um prato de comida Moço, o tempo foi descambando E a vida de gado passando a fazer parte da minha vida Moço, era tudo que eu queria, paz sossêgo e harmonia Pra mim: a maior riqueza Moço acordava com o gado berrando Parecia estar me chamando Para ir a luta e abraçar a natureza Moço, fui um vaqueiro afamado Era muito respeitado por toda região Moço, mas eu fiz uma besteira Depois de uma bebedeira, fui me engraçar Com a filha do patrão Moço, fui mandado no mei da rua Selva de pedra, não vi mais a lua Sem trabalhar de bobeira Moço, pense num sofrimento Se matasse o arrependimento De mim não restava nem a poeira Moço, peço até por caridade Não me deixe na cidade Me leve de novo pra junto do gado