A minha viola de jacarandá Só farta falá quando cai no meu braço Violeiro de fama que canta o catira Também se admira dos verso que eu faço
Pus dentro da viola um guizo de cobra Meu dedo manobra dentro do compasso Com o guizo de cobra conquisto amizade De quem tem vontade me pôr no fracasso
Eu bem reconheço que sou um caipira Mas danço o catira no Brasil inteiro Eu nunca encontrei um farrapo de gente Que me faça frente por ser bão violeiro
Eu não dou confiança a violeiro selvage Que pede homenage pra um feiticeiro Eu não acredito, é por isso que eu falo Tenho o São Gonçalo pra meu padroeiro
Sexta-feira santa meia-noite certa Eu fiz uma oferta pra um satanás Apostei minha alma por esta viola Sabiá de gaiola no laço não cai
Jogando baraio na estrada da vida Primeira partida o bicho não quis mais Eu ganhei a viola do diabo com calma E trouxe minha alma de vorta pra trás
Violeiro que canta e não sapateia Somente ponteia não é forgazão Eu graças a Deus aprendi sapateá Já fiz levantá poeira do chão
Dancei o catira na festa de gala Poeira na sala formou cerração Os meus comentário saiu na revista E o povo paulista chorou de emoção