Serena Assumpção

Exu

Serena Assumpção


O sino da igrejinha
Faz belém dém dém
Deu meia-noite
O galo já cantou
Seu Tranca-Rua que é dona da gira
Oi corre gira que Ogun mandou

Naquela ventania ô gangá
Que sobe o pé da serra
Vejo a bombogira ô gangá
Que vem girar na terra

*

Exu
É o começo
Atravessa o avesso
Exu é o travesso
Que traça o final
Exu é o pau
No caule que sobe
Sozinho que cabe
O caminho do além
De bem e mal
Dito
Pelo não dito
Odara é bonito se a água não acaba
Elegbara elegante no falo que baba
Exu é quem cruza e descruza o amor
Bará não tem cor
Estará onde quer que qualquer corpo for
Pra todo trabalho
É o laço e o atalho
É o braço e a mão
Do falho e do justo
Exu é o custo
Do movimento
O tormento do ser
Que não é
Exu

Composição: Domínio público, Texto sobre Exu: Eduardo Brechó

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