Rincon Sapiência
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Galanga Livre

Rincon Sapiência

Galanga Livre


Andar, andar
Minha vida ninguém pode mandar
Procurando pela paz de Aruanda
Eu não vou bater panela na varanda
Rua nóis vamos ocupar
Voar, vivendo sem culpa
Os vilão não vão se preocupar
Azedo como limão, chupa
O escravo preso na corrente
Hoje temos corrente no pescoço
Sem bala no pente e colete
Tô querendo banquete no almoço
Burlei, faço minha lei
Alma rebelde, Bob Marley
O império dos preto se revela
Jogo-da-velha, pronto falei
Era escravidão, muros do casarão era nosso limite
Eu não quero colher o algodão, mas eu quero vestir coleção Herchcovitch
O perfume flutua no ar, parece que bateu, já me deu apetite
Poderoso que nem Faraó e uma nega lindona tipo Nefertiti

Nossa coragem levantar
Pro nosso medo encolher
Fui convidado pro jantar
Migalhas não vou recolher
Vida me chama pra cantar
Sem fuga, livre pra correr
Um bom terreno pra plantar
E a casa preta se ergue
Lerê, lerê
Não vamo mais querê
Senzala nunca mais
Amor ao meus Erê
No quilombo é fuzuê
Nosso ritual vai ter auê
Liberdade pra vivê
Iê, iê, iê, iê

Olhando de fora da vitrine
Os carro daora, Lamborghini
Vender a cultura é loucura
Pegue logo seu fura, elimine
Pretinha rainha, ensine
Chamando atenção sem um biquíni
O Rap dos clone é Danone
Quando tá no meu nome é Contini
Meia-volta Mussolini, ai, ai
Salve salve, Selassie
Logo fico mais forte, entendeu, pai?
Verdinho na lata, Popeye
Tô escurecendo o meu verso
Tipo vitiligo com o efeito inverso
Microfone meu brinquedo
É por isso que minhas palavras eu meço

Vamos atacar
Pra se proteger
Pra se destacar
Não temos que nos esconder
É perder o pudor
Pra ganhar o poder
Sem deixar o amor

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