Rafael Gonçalves
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Máquina do Tempo

Rafael Gonçalves


Eu antes morava na casa que tinha espaço pra gente brincar.
Lá no quintal tinha um pé de goiaba e vovô ajudava a tirar.
A rua nem era calçada e as portas não tinham grade ou fechadura.
A gente olhava pro céu sem ver prédio de altura.

Era tão calmo, é tão bom recordar minha vida sem solidão.
Dentro da casa, sonata do meu coração.
E quando o dia cansava, cadeira na rua a gente botava.
Era contado o resumo do mundo no meio daquela calçada.

Era um bairro sem luxo, a vida sem susto, o dia mais longo.
Não sei se era mesmo verdade ou se aquilo era um sonho.
Não tinha problema com falta de amigo, friera, polícia ou ladrão.
Dentro da casa profico até minha canção.

Mas como é tudo na vida, um belo dia o tempo passou.
Levou minha casa bem vista, vizinhos e o meu amigo avô.
Pro alto de um apartamento, lá longe a gente se mudou.
A rua era de movimento até andava trator.

Tinha problema com assalto, asfalto, com lixo e solidão.
Amigo mesmeram o programa de televisão.
Agora vivendo no tédio, hoje não quero ir pro shopping lanchar.
Não hei de ligar a tv e não vou com meu game de bolso jogar.

Decretei greve, não quero estudo, não vou pra escola de inglês.
Não acesso a internet pra baixar mp3.
Trancado no quarto de olhos fechados começo a imaginar.
Meu corpo voando, voltando pro meu velho lar.

Viajando no tempo é chegado o momento que não se senti mais dor.
Encontro sorrindo dizendo "meu querido avô".

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