Pedro Bento e Zé da Estrada

Banco de Olhos

Pedro Bento e Zé da Estrada


Ana era morena, tinha os olhos verdes
Os cabelos longos cor de carvão
Manoel morria de amores por ela
Que já tinha outro em seu coração

O noivo de Ana era um jovem rico
Manoel não passava de um simples pintor
Pois o destino provava mais tarde
Que o moço rico era um grande covarde
E não merecia o seu grande amor

O olhar tão lindo da moça bonita
Por mal incurável perdeu a luz
A negra sorte roubou-lhe a visão
Jogando em seu ombro uma pesada cruz

Manoel pensou ao saber a notícia
Embora sabendo que ela não lhe quis
Doarei meus olhos com todo o prazer
É tudo que eu tenho e posso fazer
Pra que ela ainda volte a ser feliz

Depois de um ano de triste martírio
Da cruz pesada que ela carregou
Além da cegueira, a espera terrível
Do noivo covarde que a abandonou

Ana foi chamada no banco de olhos
Alguém havia doado os seus
Ela imaginava naquele transplante
Deve alguém que me ame bastante
Pra dar um presente que ganhou de Deus

Parentes e amigos rodeavam seu leito
Naquele momento de grande emoção
Estava ansiosa para ver o nome
De quem lhe devolvia de novo a visão

Pensava que fosse talvez o seu noivo
E ao ler o nome, Manoel, o pintor
Seus prantos caíram, pois só lhe restavam
Chorar com os olhos de quem lhe adorava
Daquele que sempre negou seu amor

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Composição: Pedro Bento e Manuelito Nunes

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