Um ricaço fazendeiro Na mansão em que vivia Mandou ler a sua sorte A cigana assim dizia A sua querida esposa Vai lhe dar uma linda filha Também a sua criada A mulher do Zacarias Vai ganhar um a garotinho E vão se casar um dia
O homem falou nervoso Eu não acredito em sorte Eu só creio no dinheiro Nunca vi coisa mais forte Dinheiro eu tenho bastante Vou apreparar o corte Contratou um cangaceiro Foragido lá do norte Antes de nascer o menino Empreitou a sua morte
O filho da empregada Nasceu forte e sorridente O carrasco teve pena Daquele pobre inocente Sequestrou o criancinha Mas agiu bem diferente E sujou a sua arma Com sangue de outro vivente E mostrando como prova O patrão ficou contente
Essa criança cresceu O carrasco deu cultura Conseguiu vários diplomas A anel de formatura Estudando conheceu Uma linda criatura E ficou enamorado Dessa bonita figura De um dia se casarem Beijando trocaram juras
No dia do casamento Ao saírem do altar Lá estava o pai da noiva Ocupando o seu lugar Na igreja entrou uma velha E vou lhe cumprimentar Eu sou aquela cigana O senhor deve lembrar E o noivo é o menino Que o senhor mandou matar