Subiu no morro sem terno Só pra ver de perto os nossos problemas Tomou café no barraco humilde De um quarto de gente pequena Até jogou uma bola no campo de terra com os pés no chão E na igrejinha do morro entoou um coro junto aos irmãos
Falou da falta de asfalto e o moleque descalço Com fome e sujo De um canto ao outro do beco fora da escola Sem crer no futuro Do córrego mal encanado Que beira as casas em áreas de risco Aqui nesse canto do mundo Que por todo mundo acaba esquecido
Pelos becos e vielas buscou amizade e pediu apoio Falou até gíria com a gente Como alguém que sente os problemas do morro Foi ganhando confiança, virou esperança de um novo futuro Confirmar seu voto nas urnas Foi todo o meu povo no três de outubro
Com título de eleitor todo povo votou debaixo do sol quente Eleito no fim da contagem com larga vantagem De seus concorrentes Mas é só no dia da posse Que o povo descobre o golpe que tomou Agora de terno e gravata mostra a outra face Que ele ocultou
O seu telefone não chama e o acesso a ele agora é privado Ignora o povo que outrora pelo seu discurso era aclamado Ele gerou gerou esperança mas sua mudança ocasionou A revolta de um povo sofrido que se viu traído Por quem apoiou
Nem todo aperto de mão Nem toda porta que abre A intenção do coração somente deus é quem sabe O auxilio que supre o clamor está no senhor Que é deus de promessas Que vela por sua palavra e aquilo que fala jamais Cai por terra
A dois mil anos atrás também houve Alguém que pisou nessa terra Era nobre porem se fez pobre renunciando aquilo que era Caminhou entre os que sofriam, trouxe auxilio Multiplicou pão Não tinha nas mãos um panfleto Nem um pretexto de promoção Perdoou quem não merecia absolveu quem era culpado Deu saúde para o doente e em sua frente Não houve descaso Sem culpa foi hostilizado em seu povoado O deram desprezo Seus amigos também o deixaram E dispersaram ao vê-lo preso
Sofreu foi homem de dores e suportou a afronta dos judeus Pro meu gemido interromper mesmo ao sofrer se emudeceu E quando eu penso reflito e vejo o que cristo almejou fazer Tendo o seu sangue vertido e tanto sofrido Só pra nos trazer De volta pros braços do pai onde suportou a separação Que havia em nossos pecados E ao consumá-los houve redenção Ele veio pra nos eleger e não se promover naquilo que fez A pergunta que não quer calar eu deixar respondam vocês O candidato citado revolta e da mesma forma agente faz Ignora aquele que viveu e também morreu pela nossa paz
Nem todo aperto de mão Nem toda porta que abre A intenção do coração somente deus é quem sabe O auxilio que supre o clamor Está no senhor que é deus de promessas Que vela por sua palavra e aquilo que fala Jamais cai por terra