Sopro
Um sopro de vida. Como quem sopra respostas. Quase uma
aposta, coisa de quem gosta e nĂŁo se importa em
ser um pouco menos si, pra ser um pouco mais de
alguém.
Um pouco mais.
Permitir-se um pouco mais. Perder-se e descobrir-se um
pouco mais. Um pouco mais de ti e eu saberia.
Um pouco mais de nĂłs e o tempo pararia.
MemĂłrias, sempre mais suas que minhas. Palavras, nas
entrelinhas, sempre mais suas que minhas. Como um
sopro de vida. VocĂȘ me deu seu ar, o seu pequeno cĂ©u.
Enfeitado de estrelas que insistem em brilhar,
ansiosas em me guiar até onde eu quiser viajar.
Mas vocĂȘ me deixou ir, porque eu te deixei ir. E se o
tempo nĂŁo mostrasse, saberĂamos mesmo assim. E
toda insegurança de ontem que hoje nos faz rir, esteve
guardada dentro de mim, em segredo, por medo
que alguém viesse a descobrir.
Idealizei mil planos perfeitos. Mas o que eu mais
queria de verdade era ser pego. E vocĂȘ me prendeu,
pelas pistas que deixou e que eu nĂŁo pude ver. Me
incriminou e me ensinou o que eu precisava aprender.
E agora vocĂȘ lĂȘ tudo que um dia desejou que eu
escrevesse a vocĂȘ.
E o sopro de vida, afastou o pĂł desse lugar abandonado
Ă mercĂȘ de pensamentos errados. Tudo que eu
sabia, eu vi ser modificado... por vocĂȘ.
E por vocĂȘ meu mundo fica maior.
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