Começa com uma faísca. E da faísca, um incêndio. Do incêndio, as cinzas. E com as cinzas...
Tudo vai sendo reescrito a nossa volta. Sem meios, sem fins, sem nenhuma resposta, sem peso em nossas costas. Sem meio, sim! Pra não termos o que justificar. Sem fim, pra haver em mim alguma eternidade a se considerar. Porque o que for eterno, hoje se reinventará. E se fará valer de ti. A soma que me incentiva a dividir, - e compartilhar. Meu dia, meu sonho, minha vontade. Minha alegria, meu ar, minha vaidade.
Quando deixamos de ser dois, pra nos tornarmos apenas metade, Todas nossas mentiras se confundiram com verdade. E de verdade é que nós somos feitos. Nunca escondi de ti nenhum de meus defeitos. Porque você não buscava perfeição e isso me fez perfeito. Fui então recompensado com o direito De poder ser seu apenas por inteiro. E poder ser quem sou, verdadeiro. Sem vergonha ou medo de assumir que sou um leigo. Que te faz sorrir ao ver o copo sempre meio cheio. E seguimos caminhando como se cada passo fosse ainda o primeiro. Ou o último. Ou apenas mais um passo. Um outro passo. Um novo passo. Só mais um passo.
Começa com uma faísca. E da faísca, um incêndio. Do incêndio, as cinzas. E com as cinzas... Tudo vai sendo reescrito Eu reescrevo. Me reescrevo. Te reescrevo. E nada disso é novo. E tudo isso é novo. E nada disso é cinza. E tudo isso é cor. E tudo isso é cinza. E nada disso é dor.