Pronunciamento O mundo, a vida é de quem se atreve E nada impede a minha expressão De clamar, reclamar por mudanças até a exaustão Vejo a maior questão o povo, um instituto Que é ignorado por quem desconhece Que é desprezado por quem conhece Essa não é a minha vontade, mas eu a intitulo Porque não podemos esconder o presente A cena dolorosamente repetida No mesmo palco o mesmo drama de toda vida E ainda quer retrair a mente Fabular o descaso, dissimular a revelia Onde estiver o povo cantará o artista Então pode vim com a sua vergonhosa burocracia Demagogia oportunista Que disso eu não abro mão Não vou deixar você usar A imensa ignorância da população Porque eu sei que a consciência do problema Não me traz mais problema de consciência Notoriamente prevalece a resistência Refrão A vida é de quem se atreve A vida não é insignificância A vida é de quem a escreve A vida é de quem a canta E vou cantando contra essa peste Que não olha pra nós Não olha para as palafitas Onde a fome no nordeste parece infinita Coisa excluÃda que não chega até vós E ainda que mal me repitas Nunca denunciastes as condições de vida Submetida, sem voz, o corpo extinto Dos moradores de palafitas Por isso estou pronunciando o meu esforço Até o fim não vou negar meus ideais Que agora eu coloco em jogo Na matéria que discuto, opino, afinco, refuto Resoluto no meu papel preponderante Diante da sociedade e as necessidades Cada vez mais distante Mas não desisto, penso logo insisto Caminhando lado a lado Fazendo a minha parte coletiva Manifestando meu respaldo Com o somatório da arte viva Refletindo a leitura que eu tenho Luto com a cultura que não se mesura com empenho Refrão A vida é de quem se atreve A vida não é insignificância A vida é de quem a escreve A vida é de quem a canta
Composição: Josemir Silva
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