Ontem gozei Anteontem sorri Hoje morguei e amanhã sofri
Ontem enganei Hoje senti Amanhã talvez eu vá ruir
Até onde vai me distrair A fortuidade de existir
E ter que aturar o desenvolver Da eterna busca por pertencer
Muito pensei Pouco aprendi Nada talvez tenha a ressair
Longe sonhei Perto caí Abaixo do raso vou me exaurir
E ter que enfrentar como obstáculo A Sociedade do Espetáculo
Tão enraizada em ter que prover A prioridade em entreter
Que signifique submeter A alguns absurdos pra parecer O mais descolado e super sagaz Mesmo se aos 30 mora com os pais
Hoje vaguei Por horas afinc om a tela na mão Pra mim mesmo minto
E pinto o que finjo E finjo que vivo Pra viralizar Deve- (se) ser ridículo Como ninguém nunca foi
E resta a todos calcular Quanta energia despreenderá Que a vida resume em ter atenção Ser mais um produto dessa geração
Que tanto se orgulha da informação Se torna alvo fácil da alienação Aumenta a ânsia por aprovação Troca ideias próprias por validação E aí só se preocupa em enaltecer O que lhe ajuda a se promover E assim ajuda a perpetuar O sistema de castas de ser popular