Vange Leonel morreu nesta segunda-feira (13) em São Paulo. A cantora e ativista pelos direitos dos LGBTs tinha 51 anos e lutava contra um câncer no ovário.

Vange despontou no cenário nacional na segunda metade dos anos 80 quando era vocalista da banda Nau, uma das mais conceituadas da segunda geração do underground paulistano. A banda fazia uma mistura de rock pós punk de tendências góticas com o blues e conseguiu lançar um álbum pela CBS (hoje Sony) em 1987. Apesar do clipe de "Corpo Vadio" ter rolado bastante nos programas da época, o disco não emplacou e a banda acabou dispensada, quando começava a preparar o segundo trabalho.

A vocalista só reapareceria para o grande público em 1991 quando "Noite Preta" foi usada como tema de abertura da novela "Vamp" e se tornou um dos maiores hits daquele ano. A música estava presente no primeiro álbum solo da cantora, que também não fez o sucesso esperado.

Vange lançaria ainda mais um EP - "Vermelho" em 1996 - mas passaria a se dedicar cada vez mais à carreira de escritora e autora teatral. Mais importante foi o fato dela ter se tornado uma voz ativa e fundamental da causa LGBT no país.

Homossexual assumida e casada há 28 anos, Vange foi uma voz importantíssima para o movimento. A coluna que escreveu para os GLS na revista da Folha durante a década passada se tornaram referência, bem como os textos que publicava na internet.

Nos últimos anos, Vange e sua companheira Cilmara Bedaquê, eram responsáveis pelo blog Lupulinas, dedicado ao mundo das cervejas artesanais.

Ouça "Noite Preta"