Hoje começamos uma nova série aqui na nossa sessão de notícias. Nas próximas semanas lembraremos alguns discos que deram a cara para cada uma das décadas mais importantes do pop (a de 50 fica de fora por ter sido marcada majoritariamente por singles). Para começar conheça a primeira parte com alguns discos clássicos da década de 70. Talvez a mais eclética de todas se lembrarmos que ela teve de tudo: heavy-metal, progressivo, reggae, funk, disco, punk, soft rock...

Carole King - Tapestry - 1971 -
Carole King
Carole King Tapestry
No início dos anos 60, antes dos Beatles ajudarem a criar o padrão de artistas que também compõem, carole King ao lado de seu marido Gary Goffin criou vários hits que até hoje são conhecidos e regravados como ou Will You Still Love Me Tomorrow?
No início dos anos 70 Carole se lançou como intéprete. O que não se imaginava é que seu segundo disco solo fosse fazer tanto sucesso e ajudar a deslanchar toda uma leva de cantores/compositores. Desde que saiu, "Tapestry" já vendeu mais de 25 milhões de cópias pelo mundo com sua fusão de baladas, pop clássico, r'n'b e soul. Além de faixas como It's Too Late e You've Got A Friend, "Tapestry" também tem versões autorais para hits dela como autora como (You Make Me Feel Like) A Natural Woman, gravada por Aretha Franklin.


Led Zeppelin - 1971 -
Led Zeppelin
Led Zeppelin Led Zeppelin IV
O disco sem título, chamado pelos fãs de "IV" ou "Four Symbols" pode não ser necessariamente o melhor do grupo (o segundo álbum e "Physical Graffiti" talvez sejam), ams nenhum simboliza tão bem o que era o Led quanto esse álbum. Todas as facetas do grupo estão aqui: o lado folk surge em The Battle Of Evermore e Four sticks, enquanto os reis do blues pesado surgem em Black Dog e When The Levee Breaks. O lado mais cru e pop se faz presente com Rock And Roll e Misty Mountain Hop o hippie em Going To California e finalmente Stairway To Heaven tem tudo isso e um pouco mais em seus oito minutos.
IV mostra que o Zeppelin era bem mais que uma banda de rock pesado. Não a toa ele vendeu 23 milhões de cópias nos EUA. Curiosamente ele nunca chegou ao número 1 das paradas.

Marvin Gaye - "What's Going On - 1971 -
Marvin Gaye
Marvin Gaye What's Going On
- Nos anos 60 a Motown conseguiu fazer frente aos Beatles com sua política de "linha de montagem onde manufatura de um disco tinha papéis quase sempre bem definidos e demarcados: músicos só tocavam, produtores só produziam e cantores só cantavam. A "revolta" começou nos anos 70 quando os artistas mais famosos da gravadora começaram a exigir mais liberdade. Marvin Gaye foi um dos primeiros a bater o pé e consegui-la. Tudo graças à What's Going On, a faixa, que o chefão Berry Gordy não queria lançar como single já que para ele, a música era politizada de mais e pop de menos. No fim o disco saiu e estourou, abrindo o caminho para o álbum que se se tornou um dos mais influentes e ambiciosos do pop (e presença certa nos Top 10 de listas de melhores álbuns).

Bob Marley - Catch a Fire - 1973 -
Bob Marley
Bob Marley Catch a Fire
Não se pode falar que Bob Marley foi o primeiro a fazer sucesso internacional com o reggae, já que nos anos 60 faixas como My Boy Lollipop se tornaram conhecidas. Mas os ritmos jamaicanos ainda eram consumidos basicamente por imigrantes. Jimmy Cliff já no fim dos anos 60 começou a divulgar mais o ritmo pelo mundo, inclusive no Brasil, e mostrar que o reggae era mais que uma mera novidade. Mas foi preciso surgir um artista com a marca de Bob Marley para espalhar a mensagem pelo globo. "Catch a Fire" foi o primeiro disco de Marley lançado pela Island (antes ele já tinha lançado centenas de faixas por selos menores) e ainda que não tenha tantos hits foi o álbum que abriu o caminho para o sucesso internacional não só do cantor e, por que não, de todo o Reggae.

Pink Floyd - The Dark Side of the Moon
Pink Floyd
Pink Floyd The Dark Side of the Moon
- A banda começou no meio dos anos 60 na cena psicodélica londrina, quando o líder do grupo era Syd Barrett. Em 1968 ele "foi saído" do grupo após ter literalmente pirado após tantas doses de LSD. O resto do grupo, com David Gilmour, seguiu lançando discos estranhos que quase nuinguém comprava. A maré só virou de vez com esse disco, que segue como um dos mais vendidos na história. "Dark Side" lida com fatos como a cobiça, morte e também sobre a fragilidade mental (olha o Barrett aí de novo). Que tenham conseguido tratar desses temas e os emoldurado com melodias e arranjos que mesmo complexos conseguem ser decodificados por milhões de pessoas é ainda mais espantoso. Com as devidas desculpas aos fãs de Yes e Genesis esse é o marco maior do Rock Progressivo.