Madonna
Um ícone da música Pop desde o seu surgimento, Madonna segue por mais de duas décadas cantando sucessos, lançando tendências e influenciando cantoras de todo o planeta.

O Vagalume aproveita a chegada da turnê "Sticky & Sweet Tour" ao país no dia 14 de dezembro e apresenta um especial contando toda a carreira da diva Pop. Os principais sucessos e histórias da carreira da Madonna dos anos 80, 90 e 2000.

Este especial apresenta até informações menos conhecidas da cantora, como por exemplo: Você sabia que antes da carreira solo, Madonna foi cantora de uma banda de rock? E que uma música interpretada por ela ganhou o Oscar? Ou que um jogador de basquete polêmico e um rapper foram alguns de seus "affairs", entre seus casamentos com o ator Sean Pean e o cineasta Guy Ritchie? Aqui você confere uma série de curiosidades sobre a vida profissional e pessoal da cantora.

Além disso, adiantamos também as músicas que farão parte de seus shows no Rio de Janeiro (dias 14 e 15 de dezembro, no Maracanã) e São Paulo (18, 20 e 21 de dezembro, no Morumbi).

Fãs e admiradores, sejam bem-vindos a este especial que mostra tudo sobre Madonna:

"MADONNA" - 1983

Madonna
Madonna Madonna - 1983 (Foto: Divulgação)
Madonna lançou seu primeiro álbum em 1983. Mas, desde o fim dos anos 70 ela já estava na batalha, trabalhando como dançarina, modelo ou arriscando sua primeira banda de rock, o Breakfast Club.

"Madonna", o álbum, é até hoje um dos melhores trabalhos da cantora e fez bastante sucesso. Um ano depois de lançado, já era disco de ouro. Aqui o fã pode ouvir uma Madonna que ainda não era uma popstar, em um disco que ambicionava no máximo agradar ao público que frequentava os clubes noturnos.

Porém, faixas hoje clássicas como "Holiday", "Lucky Star" e "Borderline" (essa no repertório do novo show) mostravam uma cantora com potencial para ser uma verdadeira "popstar", fato que se confirmou no álbum seguinte.

"Like A Virgin" - 1984

Madonna
Madonna Madonna - 1984 (Foto: Divulgação)
Foi aqui que Madonna deixou de ser uma cantora com potencial e sucesso considerável, para se tornar verdadeiramente um fenômeno. Quem viveu o ano de 1985, provavelmente, tem suas memórias ligadas a canções como "Material Girl", "Dress You Up", "Into The Groove" (que não entrou nas primeiras tiragens do álbum) e, principalmente, a faixa título do disco.

"Like a Virgin" foi produzido por Nile Rodgers, que revolucionou a música negra americana nos anos 70, com o Chic. Na década seguinte, ele seria procurado por várias estrelas em busca de um som dançante e musculoso, como David Bowie, Duran Duran e Diana Ross.

Nessa época, a cantora também passou a valorizar mais a sua imagem. Pode-se dizer que o fenômeno Madonna explodiu em apresentações ao vivo marcantes, como a de sua participação no Video Music Awards da MTV, quando apareceu vestida de noiva. Seus clipes ainda hoje são tão importantes quanto as músicas e vários deles entram em qualquer lista de vídeos mais inovadores e importantes já realizados.

"True Blue" - 1986

Madonna
Madonna Madonna - 1986 (Foto: Divulgação)
Agora Madonna já era uma marca consolidada em todo o planeta. O disco "True Blue" precisava consolidar essa marca e também trazer avanços. O resultado foi alcançado e com honras. Madonna se mostrava mais adulta e se firmava como ícone feminista ao gravar "Papa Don't Preach", canção em que peitava seu pai, assumia sua gravidez e a condição de mãe solteira.

O disco ainda trazia "Live To Tell", uma das grandes baladas dos anos 80, e "La Isla Bonita", que deixava explícita a influência que a cantora sofria da música e cultura latinas.

Curiosidade: "La Isla Bonita", um dos grandes clássicos de sua carreira e ponto alto dos shows da turnê que vem ao Brasil, foi oferecida pelos seus autores, Patrick Leonard e Bruce Gaitsch, primeiro para Michael Jackson.

O "Rei do Pop" não quis gravá-la em seu disco "Bad". Por sua vez, Madonna gostou da música, reescreveu parte da letra e chegou ao topo das paradas em mais de dez países.

"Like A Prayer" - 1989

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Madonna Madonna - 1989 (Foto: Divulgação)
"Like a Prayer" é considerado o melhor álbum de Madonna. Publicações influentes, como as revistas Time e Rolling Stone, colocam o álbum em suas listas de discos fundamentais.

Pode-se dizer que pela primeira vez em sua carreira, Madonna realizava um disco que realmente soava como uma obra coesa e não apenas um agrupamento de singles.

O álbum tem grandes canções como a faixa título, "Like A Prayer, que com seu polêmico vídeo causou reclamações do Vaticano e levou a Pepsi a cancelar o patrocínio que daria à turnê da cantora. O disco ainda tinha mais dois singles antológicos, "Express Yourself" e "Cherish", além de grandes baladas como "Oh Father" e "Spanish Eyes".

O material era tão forte que a princípio o que seria o grande atrativo do lançamento, a união Prince/Madonna (na hoje esquecida "Love Song (feat. Prince)"), acabou ficando em segundo plano.

"I'm Breathless"/"The Immaculate Collection" - 1990

Madonna
Madonna Madonna - 1990 (Foto: Divulgação)
Mais uma trilha sonora do filme Dick Tracy do que um álbum, "I'm Breathless" é um dos discos menos conhecidos de Madonna, repleto de canções que evocam os anos 40.

Uma delas, "Sooner Or Later", escrita pelo renomado Stephen Soundheim, ganhou o Oscar. O disco também trazia um dos maiores sucessos da década: "Vogue".

Publicamente, a cantora diz gostar muito dele. Apesar da mudança drástica, o disco não foi uma baixa em sua carreira. Na verdade, foi exatamente o contrário, já que em 1990 todas as mega-estrelas estavam em hibernação, o grunge ainda estava sendo gestado em Seattle e a cena clubber começava a aparecer.

Com um cenário desses ficou fácil para Madonna tomar o mundo de assalto com sua turnê mais celebrada, "Blond Ambition". Suas apresentações fizeram história ao causar comoção e polêmica por onde passou, com sua junção de pop, sexo e religião.

O ano se encerrou com o lançamento de "The Immaculate Collection", coletânea mais do que obrigatória com os hits mais conhecidos e duas canções inéditas, sendo uma delas a parceria com Lenny Kravitz, em "Justify My Love". A música rendeu mais um clipe que fez história (além de banido em muitos lugares) e ainda virou trilha-sonora padrão para programas de TV, sempre que o assunto "sexo" surge.

"The Immaculate Collection" é o maior sucesso da carreira de Madonna, somando mais de 22 milhões de cópias vendidas pelo mundo.

"Erotica" - 1992

Madonna
Madonna Madonna - 1992 (Foto: Divulgação)
Aqui Madonna radicalizou, talvez, além da conta. Seu manifesto erótico chamou a atenção da mídia, é claro, até porque o disco saiu simultaneamente ao livro "SEX", repleto de fotos "artísticas".

Já o disco não emplacou como os anteriores, talvez por ser menos pop que de costume, talvez pela saturação ou até pelo visual masculinizado escolhido pela cantora.

O disco deu origem à turnê "The Girlie Show", que a trouxe pela primeira vez ao Brasil para dois shows, em novembro de 1993.

"Bedtime Stories" - 1994

Madonna
Madonna Madonna - 1994 (Foto: Divulgação)
Outro disco não muito conhecido, mas que teve alguns bons destaques, como "Bedtime Story" (composta por Björk) e "Take A Bow", que ficou sete semanas em primeiro lugar na parada da Billboard.

Madonna voltou a trabalhar com um mega-produtor, Nelle Hooper, que fez fama ao pilotar os discos do Soul II Soul. Dessa vez, ela preferiu não sair em turnê.

Se a Madonna artista ficou meio sumida, a empresária em compensação teve muito a comemorar, já que no ano seguinte o seu selo "Maverick" lançaria um disco de uma novata canadense. O álbum se chamava "Jagged Little Pill" e a cantora era Alanis Morrisette, que se tornou um sucesso mundial. Resultado: 30 milhões de cópias vendidas, até 2005.

"Ray Of Light" - 1998

Madonna
Madonna Madonna - 1998 (Foto: Divulgação)
A Madonna que se despedia dos anos 90 era bem diferente daquela que começou. Aos 40 anos e mãe, a cantora parecia ter encontrado certa paz pessoal e espiritual graças à cabala.

"Ray of Light" reflete esse momento. É um disco sereno, adulto, mas nem por isso monótono - é um dos seus trabalhos mais celebrados entre a crítica.

Além do hit "Frozen", "Ray Of Light", a faixa título, é uma das mais poderosas canções daquela década e que continua marcando presença nos seus shows.

"Music" - 2000

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Madonna Madonna - 2000 (Foto: Divulgação)
Madonna adentrou o novo milênio querendo provar ao mundo que ainda era moderna e relevante. Para tanto, ela escolheu o badalado francês Mirwais como colaborador, além de William Orbit, parceiro desde o disco anterior da cantora. "Music" foi um grande sucesso de público.

O álbum foi número um em 15 países e novo sucesso entre a crítica - entrou na lista de 500 discos essenciais da revista norte-americana Rolling Stone.

O clima estava tão bom que até aos palcos ela voltou e assim, oito anos após "Girlie Show", a "Drowned World Tour" correu pelos Estados Unidos e Europa, com lotação máxima em todas suas apresentações.

Na vida pessoal as coisas também caminhavam bem e após anos pulando de galho em galho (do ator Warren Beatty ao rapper Vanilla Ice, passando também por um relacionamento com o jogador de basquete Dennis Rodman) a cantora se casou com o cineasta Guy Richie. Foi o segundo marido dela, uma vez que foi casada com o ator e diretor Sean Penn, ainda nos anos 80.

"American Life" - 2003
Madonna
Madonna Madonna - 2003 (Foto: Divulgação)


O disco mais experimental e político da cantora, é também o seu maior fracasso. Como era de se esperar, o público médio norte-americano não gostou muito de levar sermão de uma popstar.

Sentindo que o clima não era dos melhores, a própria cantora pediu para que o clipe da faixa título não fosse mais exibido nos Estados Unidos.

Se com o disco as coisas andavam devagar, a "Re-Invention Tour" colocou as coisas em ordem novamente e foi a turnê mais lucrativa de 2004.

"Confessions On A Dance Floor" - 2005

Madonna
Madonna Madonna - 2005 (Foto: Divulgação)
"Confessions On A Dance Floor" é um disco simples e bem feito. Não tenta grandes revoluções, nem empurrar nenhuma posição ideológica ou comportamental para o ouvinte. Justamente por isso funciona muito bem.

O maior destaque vai para "Hung Up", com sample do ABBA (que nunca havia liberado o uso de suas músicas), e seu vídeo que mostra que mesmo quase cinquentona, Madonna ainda conseguia mexer com a imaginação masculina e causar inveja nas mulheres.

A "Confessions Tour" também quebrou recordes e Madonna realizou a turnê mais bem-sucedida da história feita por uma mulher, arrecadando quase 200 milhões de dólares, em 60 shows.

"Hard Candy" - 2008

Madonna
Madonna Madonna - 2008 (Foto: Divulgação)
Em seu mais recente álbum, Madonna escolheu trabalhar com alguns dos nomes mais importantes da nova geração do mundo Pop. Justin Timberlake, por exemplo, foi um dos produtores, ajudou a compor cinco faixas e faz alguns duetos com a cantora. O rapper Kanye West também participa do disco.

"Hard Candy" conta com a produção do The Neptunes e de Timbaland. Todos contribuem para deixar o som de Madonna contemporâneo, sem descaracterizá-la.

Se no lado pessoal as coisas andam meio turbulentas (ela acabou de se divorciar), todo o resto segue muito bem. A "Sticky & Sweet Tour" esgota ingressos por onde passa e dessa vez a América do Sul voltou a ser incluída no roteiro. Os shows no Brasil prometem. Para quem vai no Maracanã ou Morumbi, um conselho importante: escute bem o novo CD, uma vez que quase todas as músicas de "Hard Candy" estarão no repertório.

Outro detalhe importante é que na hora do "bis", Madonna pede para o público escolher uma canção e costuma tocar um pedacinho da mais pedida. "Express Yourself" costuma ser a mais pedida nesta turnê, mas outras como "Like A Virgin" e "Material Girl" - sim, essas duas não entram no show - aparecem aleatoriamente.

Madonna no Cinema

Madonna
Madonna Madonna como Evita (Foto: Divulgação)
Madonna jamais se contentaria em ser somente uma cantora e sempre ficou bem claro que assim que tivesse a chance, ela abraçaria a carreira cinematográfica. Se descontarmos "Um Certo Sacrifício", suspense ligeiramente erótico feito em épocas de vacas magras no fim dos anos 70 e relançado com muita propaganda no meio dos anos 80, a estréia dela no cinema foi com o divertido "Procura-se Susan Desesperadamente", de 1985. O filme trazia uma faixa nova da cantora na trilha sonora, o sucesso Into The Groove.

No mesmo ano, Madonna também fez uma pequena ponta em outra produção chamada "Vision Quest" (ou "Em Busca da Vitória"), que também trazia um grande sucesso em sua trilha, a balada Crazy For You. Um ano depois, a cantora entrou no projeto "Surpresa em Shangai". No papel parecia valer a pena: ela trabalharia com seu marido na época, Sean Penn, e a produção e trilha sonora seriam feitas pelo ex-Beatle George Harrison. O filme fracassou com o público e crítica e Madonna ainda levou o Framboesa de Ouro de pior atriz.

"Who's That Girl?" ("Quem é essa garota", no Brasil), de 1987, pode não ter feito tanto sucesso, mas a trilha tinha quatro canções novas da cantora. A faixa título, Who's That Girl?, foi um dos maiores hits de Madonna e Causing A Commotion também tocou bastante nas rádios.

Já no início dos anos 90, "Dick Tracy" foi a nova aparição da cantora no cinema. Apesar de meio esquecido hoje em dia, o filme foi um dos mais aguardados e bem-sucedidos da época e Madonna não decepcionou na pele da personagem Breathless Mahoney.

Ainda na década de 90, ela pôde ser vista no célebre documentário "Na cama com Madonna" e também em produções polêmicas como "Corpo em Evidência" (famoso pelas cenas de sado-masoquismo com William Defoe), "Olhos de Serpente" e até em um filme de Woody Allen - "Sombras e Neblinas".

Em 1996, ela mergulhou em "Evita". A versão do famoso musical dividiu a crítica e enfureceu parcela do povo argentino. Houve até uma campanha forte (e má sucedida) para que ela fosse indicada ao Oscar. O engraçado é que na mesma época ela tentou o papel de Ginger em "Cassino", de Martin Scorsese. Quem ficou com o trabalho (e a indicação ao Oscar) foi Sharon Stone.

Outros filmes contaram com canções exclusivas de Madonna: Para começar, "Austin Powers - O Agente "Bond" Cama" tinha a psicodélica Beautiful Stranger (além de um ótimo clipe em que contracenava com Myke Myers). Anos depois ela fez a canção de um James Bond legítimo, Die Another Day, em 2002. "Sobrou pra você", ainda no mesmo ano, tinha a cantora no papel principal e a regravação do antigo hit de Don Mclean, American Pie.

Aos 50 anos, Madonna resolveu dar um passo além e ficou do lado de trás das câmeras, com "Filth and Wisdom". O filme, estrelado pelo vocalista do Gogol Bordello, Eugene Hütz, teve pré-estréia no último Festival de Berlim. Se não se pode dizer que ela foi aclamada pela comunidade cinematográfica, a cantora também não sofreu nenhum massacre dos críticos.