O papai tinha um pequeno sítio, num recanto longe da cidade. Foi aonde eu passei minha infância e dali, sinto muita saudade Toda hora me vem as lembranças, vejo a casa beirando a estradinha. Lá no fundo chiqueiros dos porcos, no pasto o alazão e a vaquinha. No terreiro os dois perdigueiros, que agiam como guerreiro. Quando um bicho atacava as galinhas
O papai muito trabalhador, só voltava a noitinha da roça Chegava em casa suado, com tanta poeira nas costas E a mamãe corria o dia inteiro, pra dar conta e lidar da casa. Cozinhava no fogão a lenha, passava com ferro a brasa. E enquanto a coitada sofria, pra lavar as roupas da família. Lá na mina batendo na tábua
E a mamãe sempre muito disposta, pulava da cama cedinho. Fazia o café pro papai, ele logo pegava o caminho. Ela tratava das criações, na biquinha buscava água fresca. Subia pelo riozinho, com a lata d´água na cabeça. Fazia o trabalho de casa, e disposta ainda ajudava O papai a fazer a colheita
E junto com meus irmãos, só brincava e fazia folia. Pra ajudar o papai no serviço, a gente ainda não servia. Mas quando ele ia para cidade todo mundo ficava contente Dizia papai não esqueça, traga doces e bala para gente. São lembranças que vivem em mim Nem o tempo poderá dar fim Ficarão pra sempre na mente