Mulheres de Areia (novela)

Gita - Raul Seixas

Mulheres de Areia (novela)


- Eu que jĂĄ andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que Ele me falou:

Às vezes vocĂȘ me pergunta
Por que Ă© que eu sou tĂŁo calado,
NĂŁo falo de amor quase nada,
Nem fico sorrindo ao teu lado.

VocĂȘ pensa em mim toda hora.
Me come, me cospe, me deixa.
Talvez vocĂȘ nĂŁo entenda,
Mas hoje eu vou lhe mostrar.

Eu sou a luz das estrelas;
Eu sou a cor do luar;
Eu sou as coisas da vida;
Eu sou o medo de amar.
Eu sou o medo do fraco;
A força da imaginação;
O blefe do jogador;
Eu sou!... Eu fui!... Eu vou!...

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou o seu sacrifĂ­cio;
A placa de contra-mĂŁo;
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição.

Eu sou a vela que acende;
Eu sou a luz que se apaga;
Eu sou a beira do abismo;
Eu sou o tudo e o nada.

Por que vocĂȘ me pergunta?
Perguntas nĂŁo vĂŁo lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da ĂĄgua e do ar!

VocĂȘ me tem todo dia,
Mas nĂŁo sabe se Ă© bom ou ruim.
Mas saiba que eu estou em vocĂȘ,
Mas vocĂȘ nĂŁo estĂĄ em mim.

Das telhas eu sou o telhado;
A pesca do pescador;
A letra "A" tem meu nome;
Dos sonhos eu sou o amor.

Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo;
Eu sou a mĂŁo do carrasco;
Sou raso, largo, profundo.

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarĂŁo;
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visĂŁo.

Eu!

Mas eu sou o amargo da lĂ­ngua,
A mĂŁe, o pai e o avĂŽ;
O filho que ainda nĂŁo veio;
O inĂ­cio, o fim e o meio.
O inĂ­cio, o fim e o meio.

Eu sou o inĂ­cio,
O fim e o meio.
Eu sou o inĂ­cio
O fim e o meio.

Composição: Raul Seixas e Paulo Coelho

Letra enviada por Gabriel Vidal

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