ELE: Em Bagé nasceu uma moça Uma grande sanfoneira Rainha do desafio Trovadora brasileira Mas, quando eu soube da fama Eu dei um salto da cama E embarquei para a fronteira
ELA: Embarcou para a fronteira Mas, por questão de um segundo Eu também tinha embarcado Pras bandas de Passo Fundo Pra provocar para uma rinha O famoso Teixeirinha Melhor trovador do mundo
ELE: Melhor trovador do mundo É muita bondade sua Nós dois nos desencontramos Numa passagem da rua Mas, hoje na gravadora Encontrei com a professora Que não vai ver mais a lua
ELA: Que não vai ver mais a lua Nos encontramos Teixeira Alô Rio Grande, Bagé Minha querida fronteira Escute o que eu digo aqui Eu não volto mais pra aí Se eu perder pra esta topeira
ELE: Se eu perder pra esta topeira Proposta boa ela faz Alô Rio Grande, Passo Fundo Torrão que eu deixei pra trás Se eu perder pra essa moça Queime o rancho quebre a louça Que eu pra lá não volto mais
ELA: Que eu pra lá não volto mais Então procura o assunto Agarra as tuas malas e vem Que eu saio brigando junto Hoje eu mato a minha sede Te encosto numa parede E já fabrico o defunto
ELE: E já fabrica o defunto Quadro, corpo a bala passa Lhe dou uma surra de beijo Que é pra peleia ter graça Boto um prego em cada pé Depois vou lá em Bagé Termino com a tua raça
ELA: Termina com a minha raça Eu sou de raça valente Se tu chegar em Bagé E matar a minha gente Eu faço tremer o mundo Entro lá em Passo Fundo Não fica um pra semente
ELE: Não fica um pra semente Faço o mesmo na fronteira Na cidade do Planalto Passo Fundo tem trincheira Nunca perdeu uma guerra Gente lá da minha terra Não é raça morredeira
ELA: Não é raça morredeira A minha também não é Deixemos as terras de lado Passo Fundo e Bagé Aqui na terra paulista Onde briga dois artistas Não nasce um pé de café
ELE: Não nasce um pé de café Nem um pé de amendoim Terá duas cruzes fincadas Escrito um letreiro assim Aqui morreu dois gaúchos E aonde queimou cartucho Também não nasce capim
ELA: Também não nasce capim O sangue forma vertente O letreiro da minha cruz Tem que ser o mais decente Tombou uma riograndense Gauchinha bagiense Da terra do presidente
ELE: Da terra do presidente Governa o Brasil gigante Vai chorar o Brasil por nós Aqui na terra bandeirante Nas duas cruzes de marfim Quem vai chorar mais por mim É o seu Flávio Cavalcante
ELA: O seu Flávio Cavalcante O Teixeirinha é um pão Agora eu ressuscitei E vou te arrancar do chão Anunciando o teu enterro Dentro do meu coração
ELE: Dentro do meu coração Menina da alma pura Da terra voltei pros braços Da mais linda criatura Vai parar nação inteira Pra ver as duas caveiras Que voltou da sepultura