O que prende demais minha atenção É um touro raivoso na arena Uma pulga do jeito que é pequena Dominar a bravura do leão
Na picada ele muda a posição Pra coçar-se depressa com certeza Não se serve da unha, nem da presa Se levanta da cama e fica em pé Tudo isso provando o quanto é Poderosa e suprema a natureza
A natureza
Admiro demais o beija-flor Que com medo da cobra inimiga Só constrói o seu ninho na urtiga Recebendo lição do Criador
Observo a coragem do condor Que nos montes rochosos come presa Urubu empregado na limpeza Quanto é triste a vida do abutre Quando encontra um morto é que se nutre Quanto é grande e suprema a natureza
A natureza
A abelha por Deus foi amestrada Sem haver um processo bioquímico Até hoje não houve nenhum químico Pra fazer a ciência dizer nada
O buraco pequeno da entrada Facilita a passagem com franqueza Uma é sentinela de defesa E as outras se espalham no vergel Sem turbina, sem tacho fazem mel Quanto é grande e suprema da natureza
A natureza
Não há pedra igualmente ao diamante Nem metal tão querido quanto o ouro Não existe tristeza como o choro Nem reflexo igual ao do brilhante Nem comédia maior que a de Dante Nem existe acusado sem defesa Nem pecado maior que avareza Nem altura igual ao firmamento
Nem veloz igualmente ao pensamento Nem há grande igualmente à natureza
A natureza
Composição: Zé Vicente da Paraíba, Passarinho do Norte, Bráulio Tavares. Adaptação: Geraldo Azevedo