Marília Pêra

A Natureza

Marília Pêra


A natureza

O que prende demais minha atenção
É um touro raivoso na arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura do leão

Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa com certeza
Não se serve da unha, nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando o quanto é
Poderosa e suprema a natureza

A natureza

Admiro demais o beija-flor
Que com medo da cobra inimiga
Só constrói o seu ninho na urtiga
Recebendo lição do Criador

Observo a coragem do condor
Que nos montes rochosos come presa
Urubu empregado na limpeza
Quanto é triste a vida do abutre
Quando encontra um morto é que se nutre
Quanto é grande e suprema a natureza

A natureza

A abelha por Deus foi amestrada
Sem haver um processo bioquímico
Até hoje não houve nenhum químico
Pra fazer a ciência dizer nada

O buraco pequeno da entrada
Facilita a passagem com franqueza
Uma é sentinela de defesa
E as outras se espalham no vergel
Sem turbina, sem tacho fazem mel
Quanto é grande e suprema da natureza

A natureza

Não há pedra igualmente ao diamante
Nem metal tão querido quanto o ouro
Não existe tristeza como o choro
Nem reflexo igual ao do brilhante
Nem comédia maior que a de Dante
Nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior que avareza
Nem altura igual ao firmamento

Nem veloz igualmente ao pensamento
Nem há grande igualmente à natureza

A natureza

Composição: Zé Vicente da Paraíba, Passarinho do Norte, Bráulio Tavares. Adaptação: Geraldo Azevedo

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