Marcelo Oliveira

Bem Pro Sul

Marcelo Oliveira


Ao sul, mas bem pro sul!
Aonde um alambrado sete-fios
Se levanta em coronilhas
E angicos de outros tempos
Aonde a quincha mora das carretas
Vai perdendo o santa fé
Pela frouxura dos tentos.

Ao sul, mas bem pro sul!
Aonde num potreiro frente Ă s casas
Pasta o vulto em aspas claras
Do Ășltimo boi franqueiro
E um potro com focinho pura terra
Sustenta a primeira guerra
Contra o ferro garroneiro

Ao sul, mas bem pro sul!
Um bando de nhandus sobe ao rodeio
E se mescla a gadaria
Que aprendeu a pedir sal
E o enxame de mirins da corticeira
Vai compondo o seu milagre
Fazer mel de flor bagual.

Ao sul, mas bem pro sul!
Hay gente que enxerga tudo isso
Cambicho, apego e feitiço
Ao universo do pouco
Potros, carretas, mirins
SĂŁo principio , meio e fim
Da jornada destes loucos.

Ao norte, bem ao norte
Com pressa, sou andante das calçadas
De hĂĄ muito matei o louco
Que parava a ver cigarras
Pousar sobre a aguada azul
Se teimo e volto a contar estrelas
Sempre encontro a Ășltima delas
Me pisca e aponta pro sul.

Composição: Letra: SĂ©rgio Carvalho Pereira MĂșsica: Luiz Marenco E Leonel Gomez

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